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sexta-feira, 4 de julho de 2008

Capítulo XII

Lisa ficou quieta no calor daquele abraço. Estava tão bom ficar ali, nos braços de Jô. “Meu Deus, que beijo foi aquele? Tão... maravilhoso! Jô tem um sabor divino!” Queria tocá-la mais, porém sentia vergonha, receio. “E se ela der pra trás? Tipo pode ficar ofendida.” No entanto, sentiu os braços de Jô a estreitarem mais forte. Abraçou-a também, com a mesma força, suspirando... Sentia-se tão bem ali!

Jô abraçou Lisa bem forte. Ainda sentia na boca o sabor do beijo. “Delicia! Quero mais, muito mais” Pensou alisando delicadamente as costas de Lisa. Desceu as mãos para perto do cós da bermuda e tocou a pele com leveza. Sentiu o estremecer de Lisa e um ligeiro retrair. “Calma Jô, não seja precipitada, calma”, respirou fundo, buscando o autocontrole e, com pesar, soltou-se lentamente dos braços de Lisa, que reagiu como que lamentando perder o calor de seus braços.
- Li vamos fazer algo pra comer? - Jô disse, acariciando lhe o rosto. Lisa segurou a mão que lhe afagava, com uma expressão de puro enlevo. Abriu os olhos lentamente e a encarou com aqueles maravilhosos olhos cor de mel.
- Vamos sim... Jô?
- Hum?
- Eu... er... Tá tudo bem, né.
- Quer a verdade Lisa? - Perguntou Jô parando de lhe acarinhar o rosto para segurá-lo com ambas as mãos. Lisa sentiu o coração gelar.
- Eu... eu... Jô...
- Eu não tô bem, eu tô super bem! – Exclamou Jô, a interrompendo - Eu tô feliz como há muito tempo não me sinto. E você não sabe como eu amei beijar você – seu rosto avermelhou um pouco – e quero mais, muito mais – disse com um olhar ardente.
Lisa pôs a mão sobre o coração
- Quer me matar de ansiedade??? Ai Jô, sente como meu coração tá disparado. – levou a mão da morena de seu rosto para entre os seios. Jô enlouqueceu ao ouvir as batidas fortes daquele coração tão amado. Baixou o olhar para onde sua mão estava e, sem pensar muito em seu ato, a escorregou para o seio esquerdo, segurando-o delicadamente. Sentiu a maciez daquele monte pequeno e macio, e estremeceu com a sensação. Sua mão se tornou trêmula e ela ergueu o olhar para Lisa, como a querer saber a reação que seu gesto ousado provocara. Não ousou mexer muito a mão... A deixa ali, simplesmente, sobre o seio, desejando tocá-lo mais, apertá-lo mais. Sentiu uma vontade louca de erguer a blusa da loira. Nunca se imaginara numa situação como essa, sentindo tanto desejo por uma mulher. Desejo de tocar seu corpo, beijar seus seios, dar-lhe prazer.
Lisa a olhou em expectativa, nada faz para tirar a mão do seu seio. Então, Jô moveu lentamente suas mãos e, com as pontas dos dedos, contornou-o. Sentiu seu próprio coração bater fortemente, não duvidava que Lisa pudesse ouvi-lo. Ao tocar de leve o bico já teso, viu Lisa fechar os olhos e entreabrir os lábios, suspirando baixinho. Não resistiu e tomou os lábios da loira com uma paixão impulsiva, louca. Penetrou sua boca com a língua, pedindo, exigindo a retribuição que não lhe era negada. As línguas se encontram e se tornam mais ousadas. Jô apertou o seio de Lisa, que lhe enlaçava as costas, apertando-se contra ela. Já não pensavam, só sentiam... A descoberta da paixão, da maciez do corpo feminino, do sabor incomparável do beijo tão desejado, as isolava do mundo. Buscavam uma na outra a conclusão de tantos conflitos, tantos questionamentos. Era tão simples. Elas se queriam, se completavam. Novamente o telefone tocou tirando-as daquele momento maravilhoso. Lisa afastou a boca da de Jô.
- Jô... Melhor atender... Pode ser sua mãe. – disse ofegante. Jô arregalou os olhos, imediatamente saindo do enlevo que se encontrava. Deu um pulo, atendendo ao telefone que estava à cabeceira de sua cama.
- Alô? – atendeu ansiosa
- Alô, Jô!? É Paula, tudo bem querida? Lisa está ai?
- Ah! Oh, olá dona Paula! – Olhou para Lisa que agora se encontrava a seu lado. – sim, Lisa tá aqui.
- Posso falar com ela?
- Claro, vou passar tá. Beijos
- Beijos, querida.
- Li, sua mãe quer falar com você. – disse passando o telefone para ela. Apontou para a loira a direção da cozinha e saiu do quarto sentindo o olhar da loira queimando lhe as costas.
Lisa desligou calmamente o telefone. No entanto, era uma calmaria aparente. Por dentro era um vulcão em erupção. Não conseguia ainda acreditar no que havia acontecido. Tocou lentamente os próprios lábios. “Meu Deus, que delicia é o beijo, o toque de Jô”. Quando ela lhe tocara o seio ficara quietinha com medo que o momento passasse. Foi algo tão gostoso, mas tão gostoso, que quando sentira seus dedos no bico de seu seio foi como se o ar lhe faltasse. E uma ânsia, um desejo de muito mais tomou conta de si. “Aiii, o beijo”. Jogou-se de costas na cama e cobriu o rosto. “Não é um sonho, é real, é real!!” Deu uma gargalhada de pura felicidade. Sentia-se viva como nunca se sentira na vida. Jô a queria... queria ela! ”Meu Deus, o paraíso existe!”

Na cozinha, Jô faz um pequeno lanche para as duas. Nada rebuscado. Sentia-se ansiosa demais pra pensar em fazer qualquer coisa mais aprimorada. Os pensamentos estavam na velocidade da luz e repetitivos. Em outras palavras ela pensava no beijo, na maciez do seio... no beijo e na maciez do seio... e no beijo e na maciez do seio... ”PÁRA! Arre Jô, que pouca vergonha... Mas ai ai... que delícia... Calma Jô! Será que consegue ser calma e ponderada uma vez na vida?” – balançou a cabeça energicamente. “É a Lisa esqueceu? Sua amiga racional, cautelosa e... e... Ai mas que gosto ela tem, meu Deussssssss!!!” Segurou na pia procurando normalizar a respiração.
- Vai ser difícil ser calma... Mas vou conseguir - disse baixinho para si mesma. De repente, sentiu a nuca arrepiar e olhou para trás. Lisa encontrava-se na porta da cozinha, olhando-a fixamente. Sorriu meio sem graça e perguntou.
- E aí, Lisa que sua mãe queria?
- Saber se eu ia pro almoço. Eu não avisei nada que ficaria por aqui – disse sem sair do lugar. Sem saber por que, Jô se sentiu tímida e virou-se de novo para a pia onde cortava uns pedaços de mortadela.
- Olha, resolvi fazer um sanduba pra nós. Espero que não se importe porque tô com preguiça de cozinhar além de pouca fome e acho que você também não deve tá, né? Então tô pondo mussarela, mortadela, tomate, alfa...
- Jô cala essa matraca! – Jô estremeceu quando ouviu a repreensão sair de pertinho de seu ouvido.
- Sabe – disse Lisa, ainda baixinho – falei com minha mãe que vou dormir aqui com você pra não ficar sozinha - Sentiu as mãos de Li passarem por sua cintura e arrepiou toda com uma leve mordida na nuca.
- Aiiii – Jô escapou dos braços de Li agitada.
- Que foi Jô? Não gostou?? Não quer que eu durma aqui???
- Arre Liii, adorei, adorei, que porra! Mas para de me dar arrepios, eu tô com faca na mão. E eu... eu... – olhou a loira e se calou. Engoliu em seco. Ela estava com um olhar tão pidão! – Que se dane a faca! – disse rouca, jogando - a  longe. Agarrou Lisa nos braços e a beijou ardentemente.
- Vai ficar comigo, é? – perguntou com os lábios acariciando a boca de Lisa.
- Vou... Jô quero ficar com você. Quero você, Jô. - Afastou-se devagar, olhou os olhos da morena profundamente – quero fazer amor com você. Você faz amor comigo??

"O amor é um acontecimento tão importante na nossa vida que frequentemente nos parece que só ele nos confere o direito de viver.”
Heinrich Hertz

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