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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Capítulo XVI

- Alô.
- Joyce?
-O coração de Jô acelera
- Lisa?
- Sim... sou eu. Er... tudo bem?
-...
- Jô?
- Eu... não... na verdade não muito bem. Mas isso não vem ao caso. Deseja algo? Deve ser sério para ligar em meu escritório. Aliás, como conseguiu o numero?
Lisa sente a opressão já presente no peito aumentar. Já fora difícil ligar e ainda Jô a trata assim. Complica viu.
- Minha mãe me passou. Não quero te ocupar Jô. Na verdade estou ligando para ver se não importa de Mari passar a tarde comigo na quarta.
-Mariana, Lisa. Olha, eu já havia dito a ela que não gostaria que faltasse com seus afazeres.
- Ela me disse Joyce. O caso que será só na quarta. Realmente gostaria de estar um tempo com ela. Sei que temos nossas diferenças, mas... sabe que tenho muito carinho por Mari. Eu... estou pedindo.
Joyce não consegue explicar seus sentimentos no momento. No seu intimo sabe não ser justo afastar a filha de Lisa que sempre fora muito atenciosa com esta. O problema era o ciúme que sentia da relação das duas.
- Olha Lisa, vou pensar ok.
- Jô... por favor. Hoje já é terça. Eu não vou conversar nada que possa trazer transtornos a vocês. Sabe disso.
- Lisa vou fingir não entender sua insinuação.
- Não houve insinuação que isso!
- Ora me faz o favor! Te conheço a longa data.
- Mas eu não insinuei, que coisa! Como sempre você enxerga mais do que realmente existe.
Joyce segura a resposta. Lisa quer sair com Mariana? Ok que seja. Mas antes teria que ser com ela.
- Está bem Lisa, você pode sair com ela, mas com uma condição.
- Qual?
- Saia comigo hoje.
- COMO?
- Sabe que precisamos conversar. Lisa veja bem. Não te conheço mais, nem sua vida. O que sei é através de sua mãe que convenhamos nunca é uma fonte segura.
- Cada dia me choco mais com você Joyce! Não estou gostando nada de seus comentários
- Até parece que teve tanto contato assim comigo para estar em constante choque. Olha tenho que trabalhar. Pode me encontrar na Savassi as 20 h? No Pizzaiolo?
- Eu... E o maridão Joyce? Será que ele não vai estranhar a amada sair em plena terça a noite? – Lisa não consegue segurar a ironia para seu próprio desgosto.
- Hum... Senti um despeito na sua voz por acaso? Relaxa Lisa. O marido é meu. Mas só para tranquilizá-la ele esta viajando a trabalho. Beijos.
Joyce desliga o telefone com o coração na boca. Conseguira um encontro com Lisa. Tenta controlar a ansiedade. ‘ Respire Jô. Ai meu Deus... que fiz? ‘ Passa a mão nos cabelos. Respira fundo várias vezes. Olha a documentação sobre a mesa. Levanta-se pega a bolsa e se retira do escritório. Não conseguiria mais trabalhar por hoje.
Lisa desliga o telefone apavorada. Como no passado Joyce conseguira com ela fizesse exatamente sua vontade. Sente o ar lhe faltar e começa a suar frio. Um... encontro com Joyce? Era tudo que menos queria. Levanta-se ansiosa e começa a andar pela sala em círculos.
- Que foi Lisa?
- Hã, oi mãe. Eu... Joyce quer que eu saia com ela hoje. Só assim deixa Mari sair comigo acredita?
Paula arregala ligeiramente os olhos. Estava surpresa com a atitude de Joyce.
- Bem filha, acredito que ela queira conversar, tentar se entender com você. Às vezes pode ser uma coisa boa.
- Ah mãe, nem você acredita nisso. Jô não dá ponto sem nó. Que raiva. Me sinto uma idiota.
- Bem filha... Tente tirar algo bom disso. Está mais que na hora de vocês deixarem o passado para trás.
Lisa olha a mãe nervosa.
- Mãe o passado esta onde deve estar. No passado. Que coisa. Que mania vocês tem de achar que o passado ainda é presente.
- Bem filha, vendo sua atitude eu não diria que ele é só presente. É um presente assustador. Melhor ir tomar um banho e tomar um calmante. E Lisa... Sem fazer nenhuma besteira ok.
Paula sai da sala tranquilamente. Lisa com os olhos arregalados repassa as palavras da mãe na mente. ‘ Besteira? Que besteira eu faria? Até parece! ‘ Esfrega a testa nervosa. ‘Devia ter voltado pra SP’

Joyce entra em casa agitada.
- Mãe!!!
- Meninos, calma – Rindo abraça os filhos carinhosa.
- Tá cedo em casa mami.
- Pois é querido. Mamãe terá que sair a noite. Mas a vovó vem ficar com vocês ok.
- Vai sair mãe?
Joyce se vira assustada para a porta.
- Ah, olá Mariana. Sim, vou sair com uma... amiga. Colocar a conversa em dia.
- Por isso veio mais cedo pra casa?
- Sim. Bem, vou tomar um banho. Ahh! Mariana!
- Hum?
- Lisa me ligou.
Mariana olha ansiosa para a mãe.
- E ai? Mãe, não tem nada de mais eu dar umas voltas com ela no shopping.
- Mariana, Lisa é... Você sabe bem o que ela é.
- E o que tem mãe? Acha que ela vai mexer comigo algo assim? Por favor, né.
- Não a conheço mais Mariana. Lembre-se. Já não a vejo há muito tempo e, além disso, já não somos mais amigas. Preferia realmente que vocês não tivessem contato.
- Me poupe né mãe. Lisa é legal. E filha dos padrinhos. Eu não tenho nada a ver com os problemas de vocês duas. Alias deviam é parar com isso. É muita infantilidade sabia.
- Olha melhor pararmos por aqui senão vamos brigar. Vou tomar um banho – Joyce caminha em direção ao quarto.
- Mãe? Você não respondeu. Vou poder sair com Lisa?
Joyce olha para trás em direção a filha. Por mais que os anos passassem nunca entenderia este elo entre Lisa e Mariana. Era revoltante.
- Santa paciência Mariana! Está bem pode sair com ela. Mas só ao shopping entendido?
O rosto de Mari se ilumina. Tentando controlar a alegria na voz concorda.
- Ok Mãe. Só ao shopping.

Joyce olha pela enésima vez o relógio de pulso. 20 h e 20 minutos. Será que ela não vinha? Ajeita-se melhor na cadeira passa a mão no cabelo e pela enésima vez se olha em um dos espelhos que enfeitavam o ambiente. Suspira tensa e coloca a mão no queixo. Com certeza Lisa não viria. Boba ela de pensar que conseguiria com uma ameaça boba fazer ela a encontrar.
Olha para a porta mais uma vez e... Lisa surge. Joyce abre a boca sem conseguir controlar o suspiro. Ela estava linda. Lisa usava um delicado vestido de verão que moldava suas formas suavemente. O cabelo preso num rabo de cavalo bem feito valorizava os traços do rosto e alongava ainda mais o pescoço adornado com um suave pingente. Apesar de não estar vestida de forma sedutora, seu efeito sobre a libido de Joyce foi bombástica. Percebe-a olhando para os lados a sua procura e sente um tremor quando finalmente seus olhos se encontram. Tenta erguer a mão num aceno, mas a percebe tão tremula que a esconde por baixo da mesa. Observa o caminhar de Lisa em sua direção... o suave movimentar de seus quadris e engole em seco.
- Boa noite Jô.
- Oi... Oi Lisa.
- Desculpe o atraso.
- Não... Tudo bem.
As duas se encaram em silencio. Lisa nervosa, não sabia o que dizer a morena. Que ela estava linda? Sedutora? Jô não mudara nada. Continuava a usar roupas que valorizavam os seios maravilhosos e as pernas alongadas. Procurando evitar olhar o decote profundo Lisa desvia o olhar para o ambiente. ‘ Droga, porque ela tem que ser tão linda. ’
- Lisa?
- Oi?
- Nada. 
- Eu... Porque isso Jô? Porque me chamou aqui?
- Sabe... Eu... Gosto de me ver aqui com você. Sinto... Falta de nossas conversas.
- Hum... Não parecia tão satisfeita com minha presença na festa de Mari.
- Mariana, Lisa! Ela se chama Mariana!
- Tá, tá. Mas porque esta mudança inesperada de postura? Que saudade repentina é essa?
Jô olha Lisa fixadamente. O que responder? Que desde que a viu novamente é como se o tempo tivesse voltado? Que só o olhar para ela era recordar seus toques, seus suspiros, seu gozar? Que a quer?
- O cardápio senhoras.
Lisa desvia o olhar de Jô e encara o garçom. Pega o cardápio e abre-o aleatoriamente.
- O que vai querer Jô?
- Você.
Lisa a olha chocada.
- Como assim você?
- Quero você Lisa. Quero sentir você novamente nos braços.
- Você só pode ter enlouquecido.
- Eu sei... Mas você perguntou.
- Olha, estou cansada de suas ironias. Vou embora.
Antes que se levante Joyce à segura pelo braço.
- Pera Lisa. Tudo bem, não vamos falar disso. Olha nos dê uma chance ao menos de conversarmos civilizadamente.
Lisa passa a mão nos cabelos. ‘Que provação meu Deus!!’
- Ok. Hã... Vamos fazer o pedido?
Após o pedido um silêncio constrangedor se faz presente. Joyce não sabia onde por as mãos e Lisa o olhar. ‘Merda de decote’
- Então... Jô. Me conte sua vida todos estes anos.
- Quer mesmo saber Lisa?
- Sim eu quero.
- Bom... Eu me casei como sabe. Logo depois que me formei. Tenho... um casal de gêmeos.
Lisa engole em seco.
- Hum... Parecem com você?
Joyce a olha cautelosa.
- Eles estavam na festa Lisa... E não... São a cara de Carlos.
- Ah sei. E Mari... Mariana? Ela aceita bem os irmãos?
- Mariana é muito afetuosa com eles. São verdadeiros pestinhas, mas muito cativantes. Quer... conhecê-los?
Lisa a olha chocada.
- Er... Um dia... talvez.
- Bom... Eu comecei a trabalhar em um escritório de advocacia um pouco depois de casada e fui cada dia gostando mais do que faço. Hoje tenho um escritório. Especializei-me na área trabalhista.
- Isso é importante. Gostar do que faz.
- Verdade. Bom, e você?
- Eu? Hã... Sou como sabe, fisioterapeuta. E das melhores. – Lisa faz um ar metido e Jô ri.
- Tenho certeza disso. Você sempre foi dedicada.
- E põe dedicada nisso! Jô, você não tem noção das coisas que me aparecem na clinica. Não, eu tenho que te contar! – Lisa se ajeita melhor na cadeira - Um dia recebi uma cliente que tinha tido um acidente de carro e perdera os movimentos das pernas. Menina! A mulher me chega a clinica pilotando uma cadeira de rodas e gritando. Seguraaaa Airton!!!! Quase cai pra trás quando ela atropelou a recepcionista! Nem imagina como tivemos que pará-la e...
Joyce gargalhava com as falas de Lisa. Sem se aperceberem o constrangimento foi dando espaço a velha camaradagem e riam juntas, se divertindo com os casos contados.
As horas passavam e a antiga afinidade surgia lentamente, ambas partilhando seus momentos com a naturalidade de quem conhece bem uma a outra.
- Joyce!!! Não acredito! Você mandou a cliente pastar?
- Claro Lisa. Poupe-me né. A mulher era uma vaca!!
Lisa meneia a cabeça conformada. Conseguia imaginar Joyce direitinho, no escritório, chamando a cliente de vaca.
- Você realmente não muda Jô.
- Não. Jô ri alto. – Mas é divertido Lisa. Às vezes temos que descer do salto.
- Às vezes? Para você isso é cotidiano!
- Verdade... Joyce olha o relógio. – Ah Lisa tenho que ir... Já são 11h.
O desalento no rosto de Joyce era genuíno. A noite superara todas suas expectativas.
- Tem razão Jô. Melhor pedir a conta.
- Vou te deixar em casa ok.
- Tudo bem.
Lisa observa Jô pagar a conta. Esta se recusara a dividir as despesas. Sem se aperceber Lisa desce o olhar para os seios da morena. Estes continuavam lindos, preenchendo com generosidade o decote.
Após pagar Joyce volta o olhar para a loira, mas prende a respiração ao ver o olhar cheio de desejo desta. Num gesto quase instintivo de sedução Jô apoia os cotovelos na mesa pressionando o colo exposto e pondo mais em evidencia os seios fartos.
Lisa suspira tensa.
- Loirinha...
A voz de Jô desperta Lisa de seu deslumbramento. Lisa levanta o olhar para o rosto da outra e sente o rosto avermelhar fortemente. Estava claro que Joyce percebera.
- Eu... er... Melhor irmos. – sem esperar a loira se levanta rapidamente e caminha em direção a saída. Deus... Como dera bandeira tão ostensivamente? ‘Você esta doida Lisa? Esta é Joyce... É aquela sacana que te chutou! Lembra! Pois é!!’
Joyce acompanha Lisa ate a saída sem desviar o olhar dos quadris a sua frente. Suspira e toca as costas de Lisa delicadamente.
- Vem Lisa... Meu carro está na garagem do prédio que trabalho. São só dois quarteirões.
As duas caminham em silêncio. Um silêncio constrangedor. É como se toda a camaradagem conquistada durante o jantar tivesse desaparecido em fumaça.
Joyce cumprimenta o vigia e entra no prédio a caminho da garagem. Já dentro do carro se vira para Lisa.
- Vai permanecer em silencio até quando?
- Não entendi Jô. Apenas... Não tenho o que falar.
- Lisa...
- Que?
- Eu... Eu...
- Que Jô? – Lisa se vira para a morena como que a afrontando Mas quando observa o olhar desta se vira novamente para frente. – Melhor irmos não acha?
O silencio se torna opressivo. Lisa engole em seco e novamente se vira para Jô.
O coração se aperta ao vê-la tão perto. Instintivamente desce o olhar para os seios.
- Gosta?
- Ah?
- Gosta Li?
- Eu...
- Eles não mudaram muito... – Dizendo isso Jô delicadamente passa a mão sobre o próprio colo insinuando os dedos entre o vale dos seios. Lisa acompanha o movimento fascinada. - Ainda são muito sensíveis sabe...
Joyce sente o coração disparar ante o jogo de sedução que fazia. Não queria pensar se era certo ou errado. Queria apenas sentir o toque de Lisa novamente.
Lisa instintivamente solta um gemido suave. Aquilo era uma tortura.
Aquele gemido soou como uma musica para Jô. Sem mais procurar respostas para suas atitudes segura o rosto de Lisa e a beija com força e profundamente, exigindo, roubando uma resposta apaixonada. Força com a língua a passagem entre os lábios da loira e explora cheia de desejo cada cantinho da boca molhada. Lisa já não pensa. Agarra Jô e a puxa para si. O beijo era exigente, sequioso, saudoso. As bocas se buscavam, mordiam, inflamavam os desejos reprimidos por anos e anos. Lisa com brutalidade puxa o decote de Joyce expondo os seios fartos.
- É isso que quer vagabunda? Então vai ter.
Joyce frente às palavras de Lisa sente-se molhar e puxa o rosto de Lisa para os seios.
- Chupa loirinha. Chupa... Mata minha vontade.
Lisa agarra os seios fartos e os chupa loucamente. Morde os biquinhos enlouquecida diante do gemido rouco da morena e os aperta deliciada.
- Continuam lindos... Você não presta Jô!
- Você gosta Lisa... Você sempre gostou... Busca a boca de Lisa novamente e a beija gemendo baixinho
- Deus que delicia... que saudade de você Lisa que saudade...
Lisa totalmente descontrolada puxa a saia de Joyce para cima expondo a calcinha preta rendada.
- É isso que quer safada? É isso?
- Jô ergue os quadris sedutoramente.
- Sim... sim...
Lisa insinua os dedos por entre as pernas de Jô põe a calcinha de lado tocando o clitóris inchado.
- Vagabunda... vagabunda... Você não presta... Você não presta... Sussurra enquanto saboreia os seios arrepiados.
Desliza os dedos pela vulva e Jô enlouquecida abre as pernas se oferecendo com lascívia.
Num gemido revoltado Lisa penetra Jô.
O grito de Jô é estridente. Lisa imediatamente tira os dedos e a olha, desta vez com revolta no olhar além do desejo. A morena estava linda toda exposta e oferecida. Desliza o olhar sobre todo o corpo moreno e respira freneticamente tentando recuperar o controle.
- Jô...
A luz da garagem se acende. As duas se assustam e começam a se compor rapidamente. Joyce acabava de puxar a saia para baixo quando o vigia aparece com ar preocupado.
- Doutora Joyce está tudo bem? Você não saía, fiquei preocupado.
Passando as mãos no cabelo revolto Joyce abaixa o vidro.
- Desculpe Tião... Eu e minha amiga nos distraímos num papo aqui, mas já estamos saindo.
Liga o carro com a mão tremula e sem olhar para Lisa sai da garagem dando um aceno para o vigia. Já nas ruas de BH suspira frustrada com o desejo não satisfeito e olha Lisa de lado.
- Não diga nada Jô.
- Você quis Lisa. Não adianta negar. Você quis e gostou.
Nervosa Lisa se vira na direção da morena.
- Quem não ia gostar de ver uma mulher gostosa se oferecer igual a uma puta como você fez??
Jô sente um gosto amargo na boca, mas responde a ofensa cinicamente.
- Tem razão Lisa. Ninguém. Principalmente você né. Sempre foi uma safada por trás dessa carinha de anjo. E adora! Gostou de cada momento nosso. Confesse que ficou puta quando o cara interrompeu a gente, confessa. Confessa que tá molhada, decepcionada porque não pôde ir ate o final!
Lisa engole em seco
- Confessa que esta doida pra pegar de novo meus seios!
- Cala a boca Jô.
- Confessa Lisa! Confessa que esta doida pra me fuder, me comer!
- CALA A BOCA JÔ!
- Você pode fugir o quanto quiser, mas me quer Lisa. Me quer tanto quanto eu a você.
- Não Joyce. Eu não quero você. O que aconteceu foi por causa do vinho. Só isso.
Joyce ri alto.
- O vinho?? Deixe de ser ridícula Lisa. Você quis cada momento. Você me deseja, sei quando me desejam.
- Já disse para calar a boca Jô!! Cala ou não respondo por mim.
O resto do caminho as duas permaneceram caladas, cada qual perdidas em seus pensamentos. Joyce para o carro em frente à casa de Marcos e Paula.
- Pronto Lisa, entregue sã e salva... Impressionante. Os anos passam e você continua sendo a mesma covarde de antes.
Lisa se vira com raiva no olhar.
- VOCE!! Você tem coragem de me chamar de covarde? Me faz rir Jô. Olha este papo termina aqui.
- Termina mesmo? Você não vai dormir Lisa... Você sabe que não. Você perdeu o jeito sabia! Uma pena. Deve estar muito frustrada.
Lisa se vira violentamente para Jô erguendo a mão. Jô arregala os olhos e se encolhe como a se defender. Então Lisa desce a mão lentamente a pousando no seio farto da outra. Aperta-o com volúpia e sem tirar os olhos de Jô desliza a mesma para entre as pernas da morena. Empurra a calcinha desta e a penetra profundamente. Sorri irônica com o gemido que Jô solta.
Dá uma nova estocada
- É isso que você é Jô. Uma vagabunda oferecida. Porque acha que estou frustrada? – Ri irônica - Posso te ter a hora que eu quiser... Se eu quiser. – Tira o dedo de dentro de Jô. – E resolvi que não quero.
Sai do carro e sem olhar para trás entra na casa dos pais. Fecha a porta da sala e se deixa escorregar ate ficar sentada no chão. Ergue o punho e o morde tentando controlar o choro. Geme revoltada. Joyce não mais teria este poder. ‘ Quero Jô fora de minha vida senhor... Tira este desejo de dentro de mim... Tira... ’
Protegida no escuro da sala deita-se no chão frio e começa a chorar baixinho
-Luiza... Lu... Ai Lu... Preciso de você...
Joyce permanecia em choque dentro do carro. Nunca se sentira tão... baixa em toda a sua vida. Lisa a tratara como se fosse uma vagabunda qualquer. Respira fundo e passa a mão no farto cabelo tensa. Arruma a roupa e antes de engatar a marcha no carro, olha para a casa dos pais de Lisa. Um sorriso começa a despontar em seu rosto seguido de um gemido de frustração ao sentir o molhado entre as pernas.
‘ Posso ser uma vagabunda Lisa, mas você me deseja. Você ainda me deseja. E eu vou ter você de novo, ah se vou! ’

"Cada lágrima ensina-nos uma verdade.”
(Ugo Foscolo)


quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Capítulo XV

- Lu, você me liga quando chegar?
- Já disse que sim Lisa!
- E vê se não come porcarias no avião.
- Lisa!
- Tá, tá! – Lisa a olha cautelosa – Mas tome cuidado, por favor.
Luiza se vira impaciente para a loira
- Lisa, não serei eu que estarei pilotando o avião.
- Credo Lu, só estou preocupada com você!
- Agradeço preciosa namorada, mas agora tenho que ir que já estão chamando para embarcar.
Luiza dá um rápido beijo no rosto de Lisa e caminha em direção ao embarque.
Lisa a vê se distanciar se sentindo perdida no meio a multidão. Ao vê-la desaparecer com um aceno sente o coração bater diferente e uma saudade começa a se fazer presente. Estava mesmo apegada a Luiza e a segurança que esta lhe passava.
Ao chegar ao quarto de hotel repara a cama desfeita e relembra os momentos de amor vividos pela manha. Suspira profundamente e deita abraçando o travesseiro que Luiza usara. ‘ Ai Lu, que saudade, que vazio estou sentindo... ’
O telefone toca lhe tirando dos devaneios.
- Oi?
- Filha?
- Hei mãe, tudo bem?
- Está sim. Liguei para saber se vem para o almoço. Luiza já viajou?
- Já sim mãe. Acabo de chegar do aeroporto. E vou almoçar ai sim.
- Lisa... filha. Por que não passa a semana aqui em casa? Seu antigo quarto está sempre aqui para você.
- Mãe... eu adoraria. Alias, eu já ia pro almoço levando a mala.
- Folgada!!!
Lisa ri deliciada.
- Apenas uma filha com saudades da comida da mamãe, dona Paula.
- Me engane que eu adoro! Então te espero.
- Ok mãe.
- Lisa?
Lisa já ia desligar quando ouve a mãe chamá-la
- Oi?
- Você... está bem?
- Sim, mãe... eu estou bem. Eu te amo viu.
- Também te amo. Te espero então. Beijos.
- Beijos.
Lisa desliga o telefone e volta a se deitar na cama perdida em seus pensamentos. Começa se lembrar cada minuto passado com Luiza, sua certeza que as duas ficariam juntas, suas palavras finais. Vira-se de frente e olha para o teto. ‘ Será que ela realmente acredita que ainda sinto algo por Joyce? Eu não acredito nisso. ’ Imediatamente a imagem de Joyce lhe vem a mente. ‘ Ela está linda... Impressionante como a idade só lhe realçava ainda mais a beleza. Levanta-se e olha no espelho. Trinta e um anos. Como o tempo passava rápido. ‘ Não me sinto com trinta e um’. Balança a cabeça e começa a separar sua roupa. ‘ Vamos ocupar a mente com coisas saudáveis’

Mariana bate a campainha ansiosa. ‘ Que demora!’
- Mariana! Que bom vê-la! Porque será que não me sinto surpresa com sua visita?
- Ah madrinha não zoa. – Dá um beijo no rosto de Paula e adentra a sala olhando para os lados. – Cadê Lisa?
Paula fecha a porta tranquilamente.
- Ainda não chegou querida. Foi acompanhar Luiza no aeroporto. Não deve demorar.
- Ah... ok – Mari tenta não demonstrar a decepção na voz.
- Vai almoçar aqui Mari?
- Se não se importar madrinha. Lá em casa tá o maior clima.
- Uai, que aconteceu?
Mariana se senta à mesa e observa a movimentação de Paula pela cozinha.
- Carlos e minha mãe estão às turras. Tá sobrando até pra mim.
Paula a olha cautelosa.
- É por causa... da festa de ontem?
- Sei lá madrinha! Ou sei, melhor, deduzo. O Carlos é o maior preconceituoso. Igual minha mãe. Ficou puto porque a tal de Luiza não gosta de homem.
- Hei menina olha a boca! Mas você tem certeza disso? Impossível Mari, ele adora sua mãe.
- Ah, madrinha pode ate adorar, mas bem que olha as mulheres. Ele se acha a última bolacha do pacote, entende?
- Ah... acho que entendo. – Paula desvia o olhar. ‘ Esse linguajar da juventude é irritante’
- Bem, espero que se entendam.
- Eu também... de boa. – Mariana olha Paula cautelosa – Er... madrinha, posso fazer uma pergunta?
- Pode Mariana, jogue a bomba.
- A Lisa... e aquela mulher... elas... bom... elas são... er... elas...
- Namoradas?
Mariana só consegue menear a cabeça numa afirmativa
- Sim são Mari. – Paula para o que estava fazendo e olha para a afilhada – isso te incomoda?
- NÃO... Sim... eu... ah madrinha, eu não sei o que sinto ou penso. Sei que não ligo da Lisa ser... lésbica, mas saber que ela namora... eu não gosto entende?
- Não.
Mariana a olha perdida. Como explicar a madrinha que não gosta de pensar em Lisa com ninguém? Seja mulher, seja homem, o que for, sente o coração se oprimir de angustia ao ver Lisa sorrir para outras pessoas.
- Eu... Ah deixa pra lá. O padrinho tá ai?
- No quintal.
- Vou lá ver ele.
Paula observa a jovem sair da cozinha. Enxuga as mãos no pano de prato e senta pensativa na mesa.
- Alguém em casa?
- Lisa! Abraça a filha que adentrava a cozinha.
Lisa, sorrindo, ergue a chave que tinha na mão.
- Ainda serve.
- Sempre minha filha. Paula sorri – seu quarto continua no mesmo lugar.
- Ok, vou lá colocar a mala. Cheirinho bom mãe!
Lisa sorri ao entrar no antigo quarto. Tudo parecia igual. Põe a mala no chão e se senta na cama passando a mão ligeiramente sobre o lençol. Era muito bom estar em casa.
- LISA!
Lisa olha para trás e vê Mari na porta. A luz que vinha por trás da jovem a ilumina, dando-lhe uma aparência etérea, suave e delicada. Sente o coração bater mais rápido e ao olhar os belos olhos verdes volta a sentir a mesma sensação de predestinação de quando a tivera nos braços pela primeira vez. Balança a cabeça veementemente sem entender o que sentia e se ergue para receber o abraço caloroso da jovem.
- Deixe-me olhar melhor para você agora Mari! Ontem na festa não tivemos muito tempo juntas!
Mari ri feliz e se afasta ligeiramente de Lisa para que esta pudesse olhá-la.
-Como você é linda Mari... Lisa passa a mão suavemente no rosto da jovem que fecha os olhos. Vendo-a assim o coração de Lisa se oprime. Mari era a cara de Joyce. Afasta-se e sorri um pouco tremula para a jovem.
– Você se parece muito com sua mãe.
Mari abre os olhos lentamente. Sorri e senta-se na cama.
- Todo mundo fala isso! E pior. Dizem que puxei o gênio dela também!
- Cruz credo! Vira a boca pra lá. Sua mãe tem um gênio de cão. Bom, pelo menos tinha.
- Ainda tem. Agora mesmo estava lá aos gritos com meu padrasto.
Lisa se vira preocupada para a jovem.
- Espero não ser a causa disso.
- Ai, Lisa, ate parece que eles precisam de motivos para brigar.
Lisa se senta ao lado de Mari que se acomodava melhor na cama.
- Por quê? Eles... Brigam muito?
- De uns tempos pra cá andam brigando muito sim. Não sei por que, mas andam. Mas não quero falar disso. - Mari se vira ansiosa para Lisa. – Quero é curtir muito essa semana com você!
Lisa sorri e afaga os cabelos macios de Mari.
- Teremos tempo menina! Mas agora vamos ajudar minha mãe a arrumar as coisas.

Joyce olha o tempo pela janela. ‘Nublado... Como minha vida’ Ouve um barulho e se vira vendo Carlos adentrar o ambiente tenso. Havia sido uma manha conturbada, cheia de brigas bobas e conflitos desnecessários. Sentia-se cansada.
- Cadê os meninos?
- Mamãe veio e os pegou para passar o dia com ela. E Mariana foi para a casa dos padrinhos.
Carlos se aproxima cauteloso.
- Jô, olha, eu não quero brigar... Vamos tentar passar um domingo mais tranquilo, pode ser?
Joyce o olha de lado. Ele sempre fazia parecer que as brigas ocorriam por culpa sua. Passa a mão nos cabelos num gesto de tensão e faz um afirmativo com a cabeça.
- Tudo bem.
- Poderíamos fazer um programa diferente que acha? Almoçamos fora, pegamos um cinema... Coisas diferentes.
- Tudo bem... Acho que precisamos mesmo. – Sorri fracamente para o marido.
- Ótimo. Então vou tomar um banho. Quer... me acompanhar?
- Não Carlos... eu... já tomei banho.
O marido suspira tenso e se vira saindo da sala.
Joyce volta há olhar o tempo pela janela. Sabia que estava faltando com suas obrigações de esposa com Carlos, mas não sentia a menor vontade de fazer amor. Não sentia tesão, nada. Passa a mão novamente nos cabelos. Isso tinha que mudar, tinha que mudar. Volta os pensamentos para a festa e relembra Lisa. Deus... Como ela estava maravilhosa! Tão linda! Estava mais curvilínea, a cintura ainda mais marcada e ainda assim tão delicada que parecia que ia quebrar. Relembra os olhares que trocaram no toalete e uma quentura se faz presente na virilha. ‘Merda. Preciso desse tesão por Carlos, POR CARLOS’ Bate na testa e caminha em direção ao quarto. ‘Você vai ver Lisa. Você não vai estragar meu domingo’

- Que mesa linda!!! Marcos agarra a esposa por trás que se assusta com o grito dado pelo marido.
- Eu te mato Marcos! Quantas vezes já disse parar com isso de assustar as pessoas?
- Deixe ver... Hum... Você se lembra quantas Lisa? Vira-se para a filha irônico.
Lisa gargalha. Realmente nada havia mudado por ali. Troca um olhar divertido com Mariana e responde.
- Pai, desde que me dou por gente você faz isso. Deve ser uma eternidade!
- Viu Paula? Uma eternidade. Temos ainda muito tempo.
- Você tem. – Paula aponta o dedo para o marido. – Já não sou a jovenzinha de antes. Numa dessa me mata do coração.
O rosto de Marcos fica sério. Abraça a esposa, estreitando-a bem nos braços.
- Seu coração só irá parar depois do meu. Ademais... Continuarei gritando meu amor por você. PAULA TE AMO AMORRRRRRRRRRRR!! Começa a rir e pega Lisa nos braços dançando com ela pela cozinha. ‘Amo, Paulaaaaa, como amo!!!!’
- Desisto. Paula olha sorrindo para os dois que dançavam alegremente pela cozinha. – Mariana, será que pode atender a campainha?
- Pra já madrinha.
- Que gritaria é essa Mari?
- Hei Junior, hei Ali. Quem mais pode ser senão o doido do padrinho?
- Ei Galera!!! Chegamos a tempo pro almoço? Junior entra sorrindo na cozinha puxando a esposa pela mão.
Lisa cai nos braços do irmão gargalhando.
- Claro! Mãe faz mais uma panela de arroz. Junior está em casa - Olha irônica para Paula.
- Meu Deus, esqueci que Junior vinha. Vou já fazer.
- Há há há morri de rir. Tô com fome. Vamos comer?

Já no aeroporto de São Paulo Luiza caminhava em direção ao ponto de táxi. Seus pensamentos não a deixavam em paz. Estava morrendo de medo de Lisa fazer a escolha errada. ‘ Meu Deus se arrependimento matasse eu estava morta. Não devia ter dado aquele ultimato em Lisa’
- Doutora Luiza?
- Deise? Que faz aqui menina? Como está sua mão?
As duas se abraçam educadamente.
- Já está perfeita. E as coisas lá na clinica?
- Tudo igual. Mas o que faz em SP?
- Bom... Eu... Ah eu vim fazer um teste vocal para uma banda
- Mentira! Conte isso direito.
- Bom... Tem tempo pra um cafezinho? Meu vôo só sai daqui uma hora.
- Vamos lá.
Deise já sentada frente à Luiza sorri meio divertida.
- Doutora, você sempre vai me intimidar com esse olhar.
- Bem, ele é ótimo para fazer os pacientes cumprirem o que quero. Sorri e ergue ainda mais os ombros numa pose arrogante. Deise gargalha.
- Com certeza. Bom, voltando o assunto, resolvi arriscar uma carreira de cantora. É o que curto fazer.
- Faz bem. E como foi o teste?
- Foi legal, mas não gostei muito do estilo deles não. É puxado para sertanejo e gosto mais de MPB.
- Bom logo você encontra o que quer. Mas também se não encontrar arrisque uma carreira solo.
- Pode ser... Deise mexe o café com a colherzinha. – E Lisa? Como ela está?
Luiza estreita os olhos.
- Bem... e namorando.
Deise ergue o olhar.
- Comigo Deise.
- Ah... legal. Vocês... combinam.
- Senti uma hesitação nas suas palavras?
- Ah sei lá. - Faz um gesto vago com as mãos. – É que você é tão... arrogante e Lisa tão mais suave que fica estranho entende? Nada pessoal.
- Sei... Você... Você então acha que não vai dar certo é isso?
- Que isso doutora não disse isso. Vocês que vão fazer dar certo, eu hem!
- Você teve queda por ela né Deise.
Deise olha a médica séria. Percebe nesta uma postura que não estava acostumada a ver na sua pessoa. Uma insegurança talvez.
- Olha... Luiza. Tive sim. E tentei... dormir com ela. E ela não aceitou. Até hoje não sei se a agradeço por isso ou sinto raiva. Sabe como é né. Minha estima foi a zero. E sorri mostrando descrédito com as próprias palavras.
A morena sente o coração aliviar. Cada dia sua insegurança se fazia mais presente.
- Mas Luiza posso ser sincera? – Esta volta o olhar para a jovem ruiva.
- Pode sim Deise.
- Se Lisa está com você é porque realmente gosta. Devia acreditar mais nos sentimentos dela.
- Nada é tão simples Deise. – Luiza se ergue da mesa. – Bom, tenho mesmo que ir. Foi muito bom encontrá-la. Sucesso em sua carreira.
- Tudo bem. Obrigada. Beijos Luiza.
Deise observa a médica se afastar pelo saguão. Para ela, Lisa e Luiza não combinavam. Não sabia bem dizer por que, mas a seus olhos elas não ficavam bem juntas. Mas quem entende o coração? Era incrível como um sentimento pode mudar uma pessoa. Luiza que antes lhe parecera tão arrogante agora era apenas uma mulher apaixonada que sofria por amor.
‘É Lisa... Quem diria... Você é uma destruidora de corações’

A tarde corria divertida para Mariana que sem conseguir disfarçar olhava fascinada Lisa rindo e brincando com a família. Procurava gravar cada gesto, cada sorriso.
- Mari, que tanto me encara? – Lisa lhe toca o rosto sorrindo.
- Ah, Lisa, eu adoro você. E também está tão diferente sabe. Eu tava com muita saudade.
- Ah minha linda também estava de você. Mas vamos passar um bom tempo juntas esta semana ok.
Mariana fecha a cara.
- Tai o problema Lisa. Amanha tenho aula e academia e minha mãe disse que não vou faltar. Saco. Ela sabia que eu queria estar com você e não cedeu nem um milímetro.
- Mari, olha, a gente dá um jeito ok. Mas sua mãe está certa, não deve descuidar de seus afazeres.
- Que isso Lisa! Não vai fazer diferença. Sou tão responsável com estudos que até eu tenho tédio de mim.
Lisa sorri divertida.
- Fazemos assim. Hã... vou telefonar para sua mãe e pedir que ela te libere quarta a tarde e vamos ao shopping pode ser?
- Serio?
- Seriíssimo!
- Topadíssimo!!! – Mai sorri e abraça Lisa espalhafatosa.
Lisa procura esconder o semblante preocupado de Mari. Sabia que não ir ser fácil conversar com Joyce. ‘ Ok, Lisa essa é por Mari. Força. ’

Joyce desliga o telefone e olha para Carlos.
- Os meninos vão passar a noite com minha mãe. Amanha pela manha ela os leva para casa ainda a tempo de ir pra escola.
- Viva. Isso é ótimo! E Mariana?
- Não deve chegar tarde a casa. Ademais Paula mora perto, não terá perigo.
- E a filha dela, aquela sapata, está lá?
- Olha Carlos se você vai começar a alfinetar vamos imediatamente para casa ok.
- Tudo bem, tudo bem. – Carlos ergue as mãos em sinal de rendição. – Só acho que ela não é uma boa influencia para Mariana só isso.
- E porque não? Porque curte mulheres? Olha Carlos, eu também não concordo com as escolhas dela, mas daí a dizer que é uma má pessoa é demais. Foi a família dela que esteve a meu lado quando todos me viraram a cara ok.
- Eu sei amor... olha não vamos brigar por isso ok. Mas... – lança um olhar sedutor para a esposa – que acha de então irmos para um motel? Variar um pouco, pegar uma sauna.
Joyce sente um aperto no coração. A vontade é de dizer não, gritar para ele parar de importunar ela querendo sexo, sexo, sexo.
- Eu... Claro amor... vou adorar.
- Garçom traz a conta!!
No motel Carlos a toca com desejo e volúpia. Mas os beijos molhados e o toque firme e sedutor parecem não fazer efeito sobre Joyce. ‘ Vamos Jô é seu marido, você o ama lembra?’
- Você é tão gostosa gata... tão boa. Você é linda! Sempre foi. Sou louco por você. Te amo muito morena.
Joyce fecha os olhos ao ouvir as palavras de carinho do marido. Sem o desejar sua mente vaga para o passado e ela relembra a jovem loira a lhe tocar com prazer e alegria.
‘ Você é tão linda Jô... Você é meu amor. Me ensina a te dar prazer... me mostra. ’
O corpo começa a reagir às lembranças do passado e Jô sem se aperceber começa a fantasiar com Lisa. Seu toque, seu rosto, seu corpo... Jô começa a gemer e rebolar enlouquecidamente. ‘ Vem pra mim Jô... vem’...
‘ Lisa... Meu amor... ’
- Ahhhhhhhh!!!!
O orgasmo vem forte. Carlos há acompanha um pouco depois, enlouquecido com o rosto transtornado de prazer de Joyce. Totalmente satisfeito beija o rosto da esposa, sai de dentro dela e sussurra antes de virar para o lado e dormir.
- Você foi maravilhosa Jô... há muito tempo não tínhamos uma transa tão boa.
Os olhos de Joyce se enchem de lágrimas e ela soluça baixinho.
Será que ele estaria tão feliz se soubesse que ela fizera amor com Lisa???

"Os acontecimentos fazem mais traidores do que as opiniões.”
(François-Auguste Chateaubriand)