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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Capítulo XIX

O sábado chegara iluminado. Mariana caminha em direção à cozinha, mas antes passa no quarto dos irmãos para ver se dormiam tranquilos. ‘ Bah, ate parece que são tão santinhos’ pensa ao os ver dormindo angelicamente. Olha o relógio. Nove horas da manhã. ‘ Cedo pra ir à casa de Li’. Ainda comia tranquila quando sua mãe adentra a cozinha.
- Bom dia mãe.
Joyce olha a filha desanimada.
- Bom dia Mariana.
Senta-se a mesa com a filha e põe a mão sobre o queixo. Mariana se surpreende com as olheiras da mãe.
- Mãe... tá tudo bem?
Jô a olha triste. Como dizer q filha que, no dia anterior, todas as suas esperanças, mesmo que inconscientes haviam sido assassinadas friamente pela serial killer Lisa?
- Na medida do possível sim Mariana. Estou com problemas no serviço só isso.
Mari a olha séria. Sua mãe estava apática, sem vibração. Essa não era ela. Poxa, preferia ela aos gritos, nervosa e dona da razão que aquela mulher sem energia a sua frente.
- Hã... Mãe... Vou ir à casa dos padrinhos. – Com estas palavras esperava despertar alguma coisa na mãe. Afinal ela detestava Lisa.
- Ok... – O olhar de Jô se torna ainda mais triste e se enche de lágrimas. – de um olá a todos por mim.
Levanta-se da mesa e caminha rapidamente para o quarto onde se tranca sem dar a Mariana a oportunidade de resposta. Esta não sabia se surpreendia com a postura da mãe ao contar que iria ver Lisa ou com sua falta de reação ao fato. ‘Algo não está nada bem’. Vai em direção ao quarto da mãe.
- Mãe abre a porta.
- Me deixe em paz Mariana.
- Mãe você não tá legal. Abre a porta!
O silencio é a resposta de Mari. Devagar volta a cozinha e senta-se pensativa na mesa. Ouve a porta abrir e a empregada adentrar o ambiente. Bem, quando a Joyce quisesse falaria com ela. Ainda pensativa custa a perceber o telefone tocando.
- Alo?
- Mari?
- Lisa!!!! O coração da jovem acelera. – Estava pensando em você.
- Mesmo? Que bom Mari! Olha, eu estou ligando porque resolvi voltar hoje para São Paulo.
- Como é? Mari sente como se lhe jogassem um tijolo bem no meio dos olhos.
- Pois é linda. Eu... bom... Resolvi voltar hoje, mas não poderia ir sem despedir de você.
- Posso ir ai agora?
- Estou esperando.

Lisa abre a porta com um sorriso suave. Estava linda como sempre. Mari não consegue disfarçar a tristeza do olhar. Lisa a abraça com carinho.
- Mari... Não fica assim. Até parece que estou indo para outro planeta!
- Para mim é como se fosse Lisa... você é a única mu... er... adulta que eu confio e desabafo.
- Então me ligue sempre que precisar. Pode ser a cobrar.
- Hã... ok... – De repente vem a memória de Mari a atitude estranha da mãe.
- Lisa, minha mãe sabe que vai partir?
A loira engole em seco.
- Não Mari... Por quê?
- Ela está estranha esta manha. Bem estranha. Nem ligou quando disse que vinha vê-la.
Lisa sente o coração se apertar.
- As pessoas mudam Mari.
- Não minha mãe. Li... um dia posso ir visitá-la em SP?
Lisa a abraça mais uma vez sorrindo.
- Minha casa está sempre aberta para você Mari. Venha vamos tomar um suco no jardim.
A conversa flui naturalmente entre elas. Mariana se sentia bem com Lisa. Esta conversava com ela sem fazer distinção de idade. Sentia-se tranquila, sem medo de Lisa a ver como uma adolescente boba e sem papo. Lisa respeitava a maturidade de seus 15 anos.
- Lisa... Como você descobriu que gostava de meninas?
Lisa se assusta com a pergunta e engasga com o suco. Tossindo muito e forçadamente olha de lado para Mariana que aguardava pacientemente a resposta.
- Ah... bom... eu... ah... foi... eu gostei... de uma colega e... e... é isso né.
- Falou, falou e não disse nada. Quantos anos você tinha? Quem era a menina? Alias era menina da sua idade? Ou alguém mais velho? Como foi que ficaram juntas?
Lisa arregala os belos olhos castanhos. ‘ Fudeu’
- Mari... Mariana... bom, ah... eu era um pouco mais velha que você e... gostei de uma menina de minha sala. E pronto, só vou dizer isso.
- Por quê???
- Porque devo respeitar a outra pessoa. Não vou sair contando os nomes das mulheres que sai ate hoje.
- Nossa!! Tantas assim? – Mariana não consegue esconder um tom de ciúmes na voz e Lisa a olha surpreendida.
- Por que a curiosidade Mari?
- Eu... eu... ah sei lá. Acho normal querer saber mais sobre isso. Mas vem cá Lisa. – Mariana se ajeita melhor na cadeira - E minha mãe? Sabia? Por isso vocês cortaram amizade? Porque ela descobriu?
- Mariana, prefiro não falar deste assunto está bem? Não me sinto a vontade de falar de minha vida.
- Hum... – Mariana olha Lisa nos olhos e suspira tentando disfarçar a decepção pela falta de informação. Lisa mantém o olhar fixo no da jovem surpreendida pela profundidade deste. Depois de alguns segundos o desvia. Sentia-se desconcertada com o olhar tão firme e profundo. Isso a assustava, pois por alguns segundos não parecia olhar para os olhos de uma jovem de 15 anos.
- Um dia Mariana posso lhe falar mais sobre isso ok.
- E por que um dia? Acha que poderá me influenciar nas escolhas? Me poupe né Lisa. Eu já sei bem o que quero.
- Mesmo? E o que quer?
Mari fixa novamente os belos olhos verdes nos seus.
- Que minha alma gêmea perceba a minha existência e se conscientize que vim pra ela. Só para ela.
Lisa há olha um pouco descredita.
- Meu Deus Mari! Acredita mesmo nisso de almas gêmeas?
- Acredito Lisa. Totalmente.
- Mas... por acaso já sabe quem é a sua? Parece ter tanta certeza.
- Não vem ao caso né Lisa. Também tenho meus segredos como você. O que sei é que de alguma forma tudo tem que acontecer. Eu sinto! É o destino.
- O destino somos nós que fazemos Mari.
- Não Li, nos temos o livre arbítrio, mas o que viemos para cumprir acontece.
- Ok... Lisa a olha condescendente. – Mas não esqueça que muitas vezes as pessoas se desviam do caminho traçado. Diz imitando um sinal de aspas com os dedos.
- Lisa... Não me pergunte por que, mas eu sei que vai acontecer. É assim... simplesmente acontece. Mari a olha já um pouco impaciente, deixando entrever sua personalidade forte ainda não totalmente moldada pela vida.
- Ok. ok. Mas... e nesse meio tempo? Não vai se envolver com ninguém ate sua... alma gêmea chegar?
Mari se avermelha ligeiramente.
- Não sei... talvez sim... talvez não. Não sei mesmo. Vontade não tenho.
- Está bem Mari. Olha se quer um conselho, não deixe a vida passar só por acreditar nisso. Viva, namore, conheça pessoas diferentes.
- Só? Você disse só? Você não tem direito de menosprezar o que penso Lisa!
- Não quis dizer isso Mari, por favor!
- Não quis, mas disse. Olha você pode não acreditar, mas o destino quando traçado não muda. Pode demorar, mas acontece.
- Tudo bem Mari.
- Tudo bem nada!!! Não peço que acredite só respeite tá!
- Táaaa! Acabou?
Mari ligeiramente emburrada cruza os braços e passa olhar a rosa bem a sua frente. Lisa sorri ligeiramente e toca seus cabelos com carinho.
- Desculpe Mari. Você tem razão. Não tinha o direito de desmerecer o que acredita. Me desculpa?
- Tudo bem... ‘ você me derrete Lisa’ Pensa sufocando o sentimento que expandia em seu peito e extravasava nos belos olhos. Aquecida pelo carinho de Mari, Lisa a abraça e beija os belos cabelos negros.
- Sentirei sua falta pequena feiticeira...
Mariana fecha os olhos conformada e emocionada com o apelido carinhoso. Era a primeira vez que o ouvia. Seu espírito acalenta a certeza que o destino não tardará. Era preciso paciência. Ergue a cabeça e sorri para Lisa.
- Eu também Lisa... eu também...

Luiza aguardava impaciente no saguão do aeroporto. O telefonema de Lisa a pegara de surpresa. Porque esta decidira voltar mais cedo? O que acontecia? Sente as mãos geladas e tremulas e fecha os punhos buscando controlá-las. É quando vê Lisa aparecer a sua frente.
Lisa caminha devagar em direção à mulher amada. Para na sua frente e sorri amorosamente.
- Lu... Eu amo você.
- Como? Lisa... eu...
- Lu... Quer dividir sua vida comigo? Hoje? Agora? Para sempre? Presente e futuro? Preciso de você. Só de você. Sem duvidas, sem receios... inteiramente.
Luiza sente o coração se aquecer.
- Você... tem certeza? Aconteceu algo?
- Sim Lu... aconteceu. Descobri que cansei de viver do passado. Amo meu presente e mais ainda a pessoa que está a meu lado nele.
Deixando o carrinho em que carregava as malas de lado e sem se importar com as pessoas que passavam Lisa abraça Luiza fortemente.
- Você é meu amor Luiza... Você é minha felicidade presente. Você é meu futuro. Amo você. – Ergue a cabeça do colo moreno – Amo você.
E segurando o rosto amado beija-lhe os lábios saudosa. Não importava os olhares críticos e confrontados. Estava nos braços de seu amor.
Luiza a abraça feliz. Não lhe interessa os caminhos que Lisa percorrera as formas que utilizara para se conscientizar de seu amor. Ela a tinha agora por inteiro. Só isso lhe importava. Lisa lhe pertencia... para sempre.

As duas chegam impacientes no prédio que moravam. Luiza ainda no elevador larga a mala de Lisa no chão e a agarra sôfrega. Beija-lhe com ânsia despertando em ambas o desejo. A loira a agarra pelos ombros e geme extasiada, as pernas tremulas. Ansiosa pega a mão de Luiza e a põe entre suas pernas.
- Vê... Sente o desejo que me desperta. Me come amor.
- Safada!! Luiza abre o fecho da calça jeans de Lisa e busca com os dedos seu ponto de prazer.
- Meu Deus amor... quer me deixar louca! Arfa ao sentir o quanto sua mulher estava molhada!
- Quero... vem... me fode... mete em mim mete! Lisa se oferece a bela morena. Um beijo ainda mais profundo acontece. As línguas saudosas do sabor amado não se cansam de dançar embaladas no desejo de seus corpos.
Luiza ergue a blusa de Lisa e afasta o sutiã, beijando-lhe os seios freneticamente Enfia a outra mão no jeans da amada e segura sua nádega com força.
- Você quer é? Então vai ter safada! Você é minha!
- Sou... sua... só sua! Lisa geme alto e roucamente
Tentando ajudar Luiza segura o cós do jeans e o desce até os joelhos.
- Te amo Lu... te amo... vem...
Inesperadamente o elevador para. Em choque, ambas olham as portas se abrirem. Luiza tenta esconder o corpo de Lisa, mas o espelho atrás dela não deixava muito à imaginação.
O casal idoso para encabulado. A mulher chocada não tirava os olhos do espelho que mostrava as mãos de Luiza ainda a segurar o quadril da amada. Encabulada ela as retira e se vira para o casal.
- Er... linda noite não!?
- Que absurdo! Que pouca vergonha é essa? Alfred vamos embora!
O tal Alfred não tirava os olhos do espelho. Sorrindo safado, pisca para Luiza e diz.
- Aproveitem! Tentando ver o rosto de Lisa emenda. – Só se é jovem uma vez!
- Alfred venha já!!! Vou denunciar estas... moças ao condomínio. Pouca vergonha! ALFRED!!!
O velho hesitante e lamentoso solta a porta do elevador que se fecha lentamente. Lisa sai de detrás de Luiza totalmente vermelha.
- Meu Deus... Meu Deus!
Luiza a olha com o rosto serio. Lisa se encontrava com a blusa erguida e a calça abaixada ate os joelhos expondo a calcinha vermelha transparente. Lentamente o rosto vai se transformando e ela solta uma gargalhada estrondosa. Lisa a olha indignada, mas logo faz coro com a amada. As duas se abraçam fortemente. Nunca a vida lhes parecera tão maravilhosa!!

Não importa o que o passado fez de mim. Importa é o que farei com o que o passado fez de mim.
 (autor desconhecido).

2 comentários:

  1. AMEEEEEEEEEEEEEIIIIIIIIII!!!
    esse conto ta tudo de bom!!!!
    MA-RA-VI-LHO-SOOOO
    parabéns Mistery!!!!
    já to anciosa pelo proximo capitulo
    hehehe
    o efeito do vicio pelos teu contos!!!kkk
    bjokitaaax

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  2. nosssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssaa
    que maravilha...
    oh meu Deus..
    ngm merece uma cena dessas no elevador..rsrs..
    mais a saudade foi tanta né...
    nossa..
    muito bom..
    maravilhoso msm esse capitulo...
    a gente parece q sente na pele quando começa ler
    uma transmiçao de energia delas pra gente..
    aiai..
    eu preciso achar uma namorada logo..rsrs
    bj Mis..
    amo demais...

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