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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Capítulo XV

- Como assim Lisa? Luiza? Meu Deus! Sinto muito... não sabia.
Deise se mostrava contrita.
- Pois é... Quem entende os desígnios de Deus, Deise.
- Verdade... Eu gostava de Luiza. Sabe, chegamos a conversar umas vezes sobre você.
Deise a olha meio de lado, enquanto se servia de água no frigobar. Lisa passa os olhos pelo quarto da ruiva. Tudo muito agradável. Também, era um dos melhores hotéis de BH.
- Mesmo? Que falaram?
- Minha paixão sobre você. - Deise a olha sorrindo – Agora entendo porque ela não incentivou. Estava apaixonada.
- Pode ser... Luiza quando decidia algo era implacável.
- Nem me lembre... morria de medo dela.
As duas silenciam. Lisa suspira e busca mudar o assunto.
- Mas mudando de assunto... adorei ver seu sucesso. Menina, nem acreditei quando a vi no palco.
Deise ri divertida.
- Eu que não acredito que você não sabia sobre minha carreira. Modéstia a parte, já tem um bom tempo que estou nas paradas.
- Eu estive fora do Brasil um bom tempo, Deise. Ouvia as musicas na radio, mas não sabia que era você. Desculpe nem ter ideia de seu sucesso.
- Que isso! Sabe, adorei te reencontrar. - Deise a olha insinuante e lhe entrega um copo com Coca Cola
- Obrigada. Também adorei revê-la.
- Só isso? - Deise faz um ar de carência comovedor. - Poxa Lisa, cantei uma musica só para você!
- Deise! Nem me lembre. Que vontade de te matar!
- Lembra a primeira vez que a cantei para você?
- Humhum.
Deise faz um ar saudoso.
- Eu te desejava tanto Lisa... mas não sabia como chamar sua atenção... demonstrar isso. Acabou que nem deu certo.
- Jamais me envolveria com uma paciente, Deise.
- Bom... Hoje já não sou mais sua paciente. - E sorri safada. - Você me deve algo Lisa.
- O que? - Lisa começava a curtir o jogo de sedução que a ruiva promovia.
- Lembra o beijo que me deu no cinema? Ficou um gosto de quero mais que nunca consegui satisfazer. - Insinuante aproximasse de Lisa. Devagar passa o dorso da mão pelo rosto querido. - Sempre fico agitada, quente depois de um show. Cheia de energia entende.
Lisa respira fundo, sentindo o perfume suave da ruiva. Deise tomara um banho refrescante e sua pele exalava um delicioso cheiro de lavanda. Leva o olhar para o decote que vislumbrava o colo cheio de sardas. Que charme.
- Deise... Você está me cantando?
- Que isso Lisa!! Imagina! - Deise faz um ar indignado. - Mulher, estou literalmente me jogando para você!
- Eu... - Lisa ergue o olhar, observando os suaves olhos verdes. Diferentes dos de Mariana. Mais claros, mais brincalhões. Mari tinha um olhar mais sério.
Lisa balança a cabeça irritada. Isso não era hora de lembrar Mariana.
- Tudo bem Lisa? - Deise a encara mais séria.
- Tudo Deise... eu... só estou um pouco surpresa.
- Por quê? Por que quero ficar esta noite com você? Lisa, eu estou solteira, acredito que você também. Não está? - Deise a olha meio desconfiada.
- Sim... - Lisa ignora o sentimento em seu peito que parece negar suas palavras. - Na verdade Deise, eu... eu... Desde a morte de Lu, eu nunca mais estive com ninguém.
- Como é? - A ruiva não esconde a surpresa. - Nossa Lisa, mas tem mais de um ano!
- Eu sei... - E a olha com um ar desamparado.
Deise sorri carinhosa e caminha em direção a ela.
- Sabe... Dizem que transar é como andar de bicicleta. Nunca esquecemos. Lisa... esta noite quero você. Não vai me dizer não novamente né.

Mariana não conseguia dormir. Só conseguia imaginar Lisa nos braços da ruiva famosa. Geme angustiada e treme. E claro, Lisa deve estar adorando! Imagina uma ruiva gostosa nos braços. Ela está solteira. Nem vai negar. Os olhos enchem de lágrimas e agitada joga as cobertas de lado. Caminha agitada em direção a cozinha e bebe água em grandes goles. Sentia-se febril.
- Mariana, você está bem?
Joyce adentra a cozinha indagativa. Mariana estava com as bochechas vermelhas, o olho injetado.
- Eu... estou... to bem
- Mariana, filha... não parece bem.
A filha a olha tensa e angustiada.
- Mãe... não está dando certo – O desespero é visível na voz de Mari. - Não está dando certo! Eu tentei! Eu saí com rapazes. Até beijei um deles. - Faz cara de nojo – Eu to saindo em grupo, vou ao cinema... está horrível.  Eu olho as mulheres... acho-as lindas... mas nem me dão vontade! - O desespero era cada vez maior na voz que aumentava o tom. - Mas Lisa... quando imagino ela, eu fico louca! Ela... ela... me deixa... louca. E ela... ela está agora com aquela ruiva safada! Eu… vou enlouquecer... ela... elas... que raiva! - Grita – Elas agora devem estar... estar... - Olha a mãe descontrolada – E eu aqui... aqui... ela... nem nunca tentou algo comigo a não ser aquela vez... Antes ela... me ignorava... não me quer... e tá lá com a ruiva e eu... e eu... - Explode em lágrimas e soluços de cortar o coração. - E eu... eu... queria que fosse eu... eu... - O choro se faz ainda mais sentido – Eu que devia estar lá!
Joyce sente o coração se apertar ante o desespero da filha. Lisa, de novo Lisa. Mas desta vez que culpa ela tinha? A verdade que Mariana a amava. Joyce treme ao abraçar a filha. Deus meu... Mariana realmente amava Lisa.  Geme baixinho ao sentir as lágrimas molharem a blusa de seu pijama, os soluços arrasados de Mari. Começa a sussurrar baixinho palavras de carinho, procurando acalmar a filha. A grandiosidade do amor materno suplantava qualquer outro sentimento no momento.
A medida de Mariana acalmava, os pensamentos de Joyce iam para Lisa. Como a loira era tão presente, tão única na vida das duas? Por quê? Por que ela despertava este amor tão grande em ambas? Relembra quando a filha nascera e o olhar de deslumbramento no rosto de Lisa. Depois a afinidade absurda de ambas. Inexplicável. Beija os cabelos negros com amor.
- Mãe... mãe... eu...  - Mariana ergue a cabeça do colo de Joyce – Mãe... me desculpe. Desculpe por ter procurado… Daniel sem te contar. Eu... na verdade ia contar... só que... eu... mãe...
- Xiii... Tudo bem Mariana... era normal sua curiosidade. eu... também errei. Me desculpe filha. Eu amo você. Amo muito você.
- Nem o vi mais, mãe... A gente às vezes se fala, mas... Só isso. Desculpe.
- Mariana...
- Eu te amo, mãe.
Joyce sente os olhos se encherem de lágrimas e abraça a filha mais forte.
- Vai tudo ficar bem, Mariana.
- Mãe, não vai. Lisa... ela... e você...
- Passado Mariana. É... passado. Lisa e eu... - Joyce abaixa a cabeça contrita – É passado.
Mariana continua deitada no colo da mãe. Vez ou outra suspira triste, e o coração de Joyce se aperta. 
- Estou com você Mariana. Eu... estou com você.
Procura não pensar em Lisa com outra mulher. Sente os olhos lacrimejarem e abraça a filha mais forte. Por ela faria tudo. Somente por ela.

Lisa olha a bela ruiva que lhe sorria convidativa. Engole em seco ao vê-a passar a mão insinuante pelo colo, abrindo um pouco mais o decote.
- Gosta do que vê Lisa?
- Deise...
Devagar Deise se aproxima da loira e a abraça sensual.
-Você é meu sonho não realizado, Lisa. Você despertou em mim o desejo pelo feminino. Quero você. Sempre quis.
- Deise eu... eu... – Lisa sente o coração acelerar, o desejo tomar conta de seu corpo.
- Lisa... eu quero você... – Devagar lhe beija o canto da boca. – Desejo você... faz amor comigo, faz.
Lisa solta um gemido rouco e abraça a ruiva com força. Sim, ela a queria. E a teria.
As duas se beijam com paixão. Imediatamente Lisa abre o roupão de Deise expondo o corpo delicado, cheio de sardas.
Deise lhe sorri safada.
- Quero que as beije uma a uma.
Deise era lisinha, sem nenhum pelo. Lisa segura a ruiva pelas nádegas e abocanha o bico do pequeno seio, chupando-o com vontade.
- Isso, Lisa... isso.
As duas trocam caricias sem nenhum pudor.  Deise se deita sobre a cama larga e abre as pernas desavergonhada, expondo a vulva molhada. Lisa começa a se despir freneticamente sem tirar o olho da mulher que se tocava sensual.
As duas rolam nuas pela cama. Deise segura as mãos de Lisa sobre sua cabeça e olha o corpo sarado.
- Quantas vezes imaginei você assim... nua... entregue. Lisa... eu vou te dar prazer. Vou te dar muito prazer.
Lisa arregala os olhos, quando a bonita ruiva ergue suas pernas até quase sua cabeça, expondo-a de forma indecente. Geme ao sentir a língua em seu períneo, indo em direção a vulva. Deise a chupa com tesão, penetrando-a varias vezes com a língua. A posição não era cômoda, mas o prazer era indescritível. A mente se perde no prazer, anulando qualquer outro pensamento que lhe pudesse inibir o momento de paixão. Sente a língua novamente escorregar pelo períneo, agora em direção ao anus. Tenta evitar, mas Deise a segura firme nas coxas.
- Deixe fazer tudo que quero. Deixa...
Devagar volta a lamber-lhe o clitóris, o dedo se insinuando pelo anus da loira.
- Isso não quero Deise...
Deise faz um ar de falsa tristeza e com um sorriso maroto, penetra repentinamente a vulva macia e úmida. Lisa não consegue conter o grito. A penetração é ritmada e constante. Lisa instintivamente tenta mexer o corpo, ainda preso por um dos braços de Deise.
- Deise!
A ruiva sorrindo a solta.
- Você é tão deliciosa Lisa... que gosto bom você tem! Quero mais... desejo mais... Quero também.
O olhar de Deise era pedinte. Ela se ajoelha sobre a cama e ergue as mãos, inesperadamente um pouco insegura. Lisa a olha e abrindo os lábios com desejo, a segura pelos quadris colocando a vulva lisinha em sua boca, ao mesmo tento que oferece a sua, aos lábios sedentos da ruiva. O 69 começa como que saboreando um delicioso manjar. Mas, à medida que o desejo se torna maior, mais frenéticas se tornam, as línguas penetrando, lambendo, chupando o mel desejado. Deise chega primeiro ao orgasmo. Lisa sente o doce adocicado na boca e mexe o quadril desesperada, querendo o mesmo prazer. Ainda ofegante, a ruiva volta a chupá-la, ate que o prazer jorrar sobre sua boca. A loira tomba a cabeça sobre a cama. Deise ergue o corpo e sem dó a penetra com os dedos. Lisa abre a boca em busca de ar. Quanto tempo... quanto tempo não sentia este prazer. Geme quando o orgasmo vem forte. 
-Ahh!!
Deise tira os dedos cansada. Lisa a exaustara. Estar com ela superara todas as expectativas de todos estes anos.
- Descanse Lisa. – A abraça, ainda tensa e cheia de tesão. – Descanse, porque a nossa noite esta apenas começando. Eu quero mais, muito mais.

Joyce observa a filha dormir. Custara a acalmá-la. Nunca vira Mariana tão descontrolada, desesperada. Acostumara a ver a filha como uma pequena adulta. Até em sua rebeldia, Mariana buscava manter o controle, a postura. Repara melhor o rosto amado. Inchado, as olheiras escuras. Em sua mágoa, parara de olhar a filha, e se preocupara só com sua dor, sua raiva. Coloca as mãos sobre o rosto e deixa as lágrimas escorrerem livres. Onde deixara de ser mãe, para se tornar a pessoa egoísta e sem limites que se tornara?
Ergue o rosto transtornado. Quem seria a ruiva que Mariana tantas vezes falara? Quem era esta que estava com Lisa, nos braços de Lisa? Meu Deus!  Amava Lisa. Sim a amava. Sempre amara. Mas desistira dela. Por diversas vezes desistira dela. E por quê? Porque ela não poderia lhe dar o que mais almejara na vida. Uma família. Filhos, um companheiro que seria motivo de apreço, respeito social. E com isso perdera o respeito próprio, exigindo, cobrando dos mesmos, o preço de ter aberto mão daquela que sempre estivera a seu lado desde criança. Daquela que lhe dera um amor puro, mas inaceitável. Os culpara de suas escolhas, acusando, desleixando, depreciando os seres amados. Quanto tempo não fazia um programa diferente com os filhos? Quanto tempo, anos, não tinha um gesto de verdadeiro afeto para o marido? E a filha? O olhar se volta para a jovem dormindo. Quantas vezes não deixara o ciúme, a inveja prejudicar a relação das duas, justamente por Mariana ser alvo do afeto... do amor de Lisa?
Angustiada, envergonhada, desesperada, percebe que a filha sofria como ela mesma sofrera no passado, mas com uma grande diferença. Mariana ainda lutava por Lisa. Inconscientemente, a filha ainda buscava saídas para ter Lisa a seu lado, enquanto ela... Ela refizera sua vida. Da maneira certa ou errada, refizera sua vida.
Ergue da cama e abraça o próprio corpo. Sim, ela amava Lisa. Mas... amava ainda mais a filha.
Seria capaz de abrir mão de Lisa, de toda sua esperança de um dia tê-la novamente nos braços, por amor a filha?
Seria capaz de perdoar a Lisa, a si mesma, por todas as oportunidades perdidas?
 Seria capaz de perdoar Lisa por finalmente entender e não aceitar que Mariana, sua filha, era seu verdadeiro destino, o verdadeiro amor?
Seria capaz de perdoar a vida por lhe cobrar um preço tão alto por causa de suas escolhas?
Porque este preço era alto demais. Alto demais.
 
“... faz de conta que ela não estava chorando por dentro -
pois agora mansamente, embora de olhos secos, o coração estava molhado;
ela saíra agora da voracidade de viver.”

6 comentários:

  1. Quantas perguntas!

    Mas nem sempre palavras precisam ser ditas para responde-las.

    Adorei, e vc anda nos matando de ansiedade!

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  2. Puxa, Deise e Lisa... li com tristeza pensando no sofrimento de Mari e da própria Lisa... Enquanto lia, fiquei na esperança de Lisa desistir quando se lembrou de Mari... que pena! Por outro lado, que momento lindo entre mãe e filha.

    Mistery, parabéns por mais um capítulo muito bem escrito e cheio de emoções e surpresas!
    Beijos e tudo de bom.

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  3. Vc anda nos matando de ansiedade msm hahaha
    Tadinha da Mari, ela vai sofrer até qnd? rsrs
    beeijo

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  4. ..ain ain..
    muito boooom!!!

    amei!

    acho q depois dessas ultimas palavras..
    de pensamento da Jô... Mari só ira
    sofrer se nao perdoar liza..rs

    Parabénsss Mis!!!

    bjao *-*

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  5. Quanta ansiedade!!!

    Mas as perguntas cabem muito bem...
    Será que o amor de mãe vai vencer e deixar a filha ser feliz??

    Não demora tantoooo!!!

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  6. Sinceramente não sei nem mais o que falar, cada vez que eu leio me apaixono mais pela Mariana.
    Joyse vai da uma grande prova de amor desistindo da Lise pela filha, se bem que eu sempre achei que a Joyse nunca amo verdadeiramente a Lise o que ela tem é desejo, obsessão, e como não gosta de perde, que a Lise de qualquer forma.
    Beijos Mistery.

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