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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Capítulo XI


Joyce sentia o ar lhe faltar. Mariana, sua filha, estava aos beijos, nos braços de Lisa. Sem pensar, corre em direção as duas e, num safanão, tira a filha dos braços da outra. Esta grita e tenta se soltar.
- Jô, para!
- Cala a boca, sua desgraçada! Não ouse tocar minha filha! - Descontrolada, Jô aponta o dedo para a outra. - Sua nojenta! Desgraçada!
- Mãe, para!
Joyce se vira enfurecida para a filha e começa a sacolejá-la.
- E você? E você? Esta é a educação que te dei? Para isso te dei o melhor? Ser sapata? Cair nos braços de uma cafajeste!
- Jô para!
- Ela não é cafajeste! Eu a amo!
- CALA A BOCA!!
O tapa ressoa na sala e cala as presentes. Mariana leva a mão a face em choque.
Joyce se vira para a loira e a empurra com ódio.
- Desgraçada!! Sapatão dos infernos. Você não vai seduzir minha filha também!
- Joyce para! - Lisa tenta se defender  – Você não entende!
- Não entendo? Não entendo!!!
- Não! - Lisa agarra a morena pelos braços, tentando conte-la. - Aconteceu! Eu e Mari... aconteceu! Se controla Jô!!!
- ACONTECEU? ACONTECEU? Filha da puta! Não deixarei que minha filha seja mais uma de sua coleção.
- Jô, por favor.
As duas se encaram. Joyce demonstrava na face o desespero, o descontrole diante do fato presenciado. Lisa expressava angustia, incerteza e um sentimento de impotência enorme.
- Jô... por favor se controle. Mari e eu... você não entende! - Olha de relance Mari que, ainda com a mão na face, a encara apavorada. Volta novamente o olhar para Jô. - Vamos conversar com calma.
Neste momento, Jô se descontrola de vez e avança sobre Lisa. As duas caem sobre o sofá. Lisa tenta se defender dos ataques de Joyce. Mariana desesperada, aos gritos, tenta segurar a mãe.
- Para, mãe! Para!
- Eu te mato Lisa! Eu te mato!
Os gritos chamam a atenção de Paula e dos outros que estavam no sitio. Correm para a sala e Junior, sem entender o que acontecia, segura Joyce.
- Que isso gente! Vocês enlouqueceram?
- Louca? Louca? Louca é sua irmã, essa vagabunda.  - Joyce tenta se soltar dos braços de Junior. Lisa a encara desolada do sofá. No corpo, as marcas dos socos e arranhões de Jô. Mariana tremia tanto que Alice a segura nos braços.
- Calma, Mari.
Joyce se vira possessa para a filha.
- Você vai embora agora comigo!
- Não vou! - A voz de Mariana sai tremula. - Eu... vou ficar!
- Não fica!!! Me solta Junior! - Caminha em direção a filha com passos duros. - Vamos embora agora!
- Já disse que não vou!
- Mariana... - Joyce fecha os punhos – Você vai embora comigo agora!!!
- Calma gente! Espera. Que acontece?
Paula tenta acalmar os ânimos.
- Acontece? - Se vira e aponta Lisa. - Pergunte a pervertida de sua filha! - Novamente o olhar de inflama de ódio. - Nunca mais ouse tocar minha filha.
Agarra Mariana com força , mas esta se solta com um arranque.
- Chega! Você não tem direito de querer mandar em minha vida, mãe!
- Cala a boca!
- Não calo! Para de dar show! - Ergue as mãos impotente - Eu ia te contar mãe.
- Contar o que?? O que Mariana? Que é sapatão? Que gosta de mulher? - Grita possessa, se virando para Lisa - Eu sabia!!! Sabia que essa porra de mulher seria uma má influencia em sua vida.
- Joyce maneira o palavreado! - A voz potente de Marcos soa na sala.
- Maneira sua filha então! Ela quem estava agarrando MINHA filha! Ela estava seduzindo minha filha!!!! - Encara Lisa enlouquecida  – Você não tinha o direito! Não tinha o direito!!!
- Jô... - Lisa balança a cabeça desolada em desespero – Jô...
- Eu te odeio, sapata dos infernos. Na minha filha você não bota a mão.
- Ela fará o que quiser mãe! Eu a quero. Eu a amo!
Joyce agarra a filha possessa.
- Você não tem idade para amar ninguém! Ninguém! Essa... mulher quer te destruir. Lisa só traz destruição Mariana! Vamos embora já daqui! - Tenta empurrar a filha para fora da sala.
- Chega! Chega mãe! Quem você pensa que é para falar assim de Lisa! Sapata? E você é o que? Quem estava aos agarras com uma mulher num boteco de esquina? Quem trai o marido para ficar com mulher? Ela pelo menos é assumida, não tem vergonha do que é!
Joyce arregala os olhos ante o ataque da filha.
- Você... você me respeita! - O rosto de Joyce estava vermelho, os traços do rosto distorcidos.
- Eu puxei alguém sim. Você! Só que não vou me esconder num casamento fracassado, muito menos sair dando para homem e mulher a torto e direito!
Joyce ergue a mão para novamente bater em Mariana , mas é contida por Paula.
- Joyce não! - O grito de Lisa é angustiado!
- Meu Deus! Gente! Calma! Mariana pare! Que loucura! - Paula treme de pavor. Joyce parecia cega em seu ódio.
- Não o que Lisa! Não o que!!! Não basta ter destruído minha vida! Quer destruir a de minha filha também? Que espécie de demônio é você?
- Cala a boca, Joyce!
- Calar por que? Me diz? Por que?? Não é isso que quer? Nos destruir? Então faça direito!
- Jô, pelo amor de Deus, não quero destruir ninguém... eu... para por favor.
- Que prazer mórbido é esse, meu Deus! - Joyce em desespero passa as mãos nos cabelos - Quer mostrar que pode tudo, que pega todas? Não bastou comer a mãe? Quer a filha também??? É isso?
- JOYCE NÃO!!!
O grito sai da alma de Lisa. É tão angustiado, tão cheio de desespero que emudece Joyce. Ambas se olham tensas. O silencio toma conta da sala. É quando um soluço de faz presente.
Mariana deixa as lágrimas correrem livres pelo rosto. Como assim, comer a mãe e depois ela? Olha o rosto de Lisa buscando alguma resposta. A loira estava transtornada.
- Li...Lisa...
Lisa se vira para Mariana como coração oprimido.
- Mari... Meu Deus Mari...
Lisa tenta se aproximar de Mariana, mas esta ergue as mãos impedindo-a.
- Lisa... você... minha mãe... diz que é mentira.
- Mari... por favor... não é como pensa... por favor.
- Não... - Mariana baixa a cabeça em total angustia. - Não... não...
- Mari, me deixe explicar...
Mas Mariana se afasta soluçando. Enxuga as lágrimas com as mãos e olha a madrinha desesperada.
- Madrinha... me tira daqui... me tira daqui.
Lisa agarra o braço de Mariana.
- Mariana! Eu ia te contar! Não faz isso!
- Contar o que! O que Lisa! Que enquanto me dava migalhas de atenção comia minha mãe? - A desesperança, a angustia no rosto de Mari, descontrola Lisa
- NÃO!!!!
- Calma Mariana. Filha, calma. - Paula já não sabia mais o que fazer para amenizar a situação.
- Mariana não é assim! Isso não aconteceu!
- Me deixe em paz, Lisa... me deixe em paz!
Mariana olha Lisa decepcionada. Depois se vira para a mãe que a observava em chocado silencio.
- Eu te odeio. EU TE ODEIO!!!
Vira-se e sai correndo da sala. Lisa tenta ir atrás, mas é contida por Junior.
- Não é hora Lisa.
Joyce começava a tremer, se conscientizando, aos poucos, do que fizera. 'Meu Deus o que fiz?'
Lisa começa a chorar em desespero.
- Mãe do céu, alguém vai atrás de Mari.
- Eu vou Lisa. - Marcos sai da sala
Alice se aproxima de Joyce e passa as mãos por seu ombro.
- Eu... eu preciso ir atrás de minha filha...
- Deixa as coisas acalmarem Jô... Acalma também. Marcos foi atrás dela.
A morena tremia descontroladamente.
- Meu Deus... Meu Deus...
Paula se aproxima de Lisa.
- Lisa, filha, que você fez?
Lisa olha a mãe, através das lagrimas.
- Mãe... mãe. - Não consegue conter os soluços. Por entre as lagrimas, olha Jô. A postura desesperada e caída mostrava alguém derrotado, destruído.
Abaixa a cabeça e se apoia nos ombros da mãe.

Marcos volta e olha sério para Lisa e Jô.
- Mariana está totalmente desestruturada.
- Vou levá-la para casa. - Joyce caminha em direção a porta de saída, mas é segura por Marcos.
- Joyce, eu nunca interfiro na vida de vocês. Mas hoje não vejo alternativas. Deixe a menina ficar aqui.
Joyce arregala os olhos indignada.
- AQUI! Com essa... essa... - Aponta Lisa indignada. - Jamais!!!
Marcos balança a cabeça chateado.
- Ela ficará comigo. Comigo e Paula. - Olha decepcionado a filha. - Vocês, hoje, já causaram muito mal a esta jovem. As duas. Com Lisa, que é minha filha, me dou o direito de conversar em reservado.
- Pois também me dou este direito, Marcos! Mariana é minha filha! E vocês não vão me impedir de leva-la para casa!
- Te aconselho melhor bom senso, Joyce – Marcos lhe responde autoritário. Era a primeira vez que o via se virando contra ela. - Se eu, que sou velho calejado pelo vida, estou indignado com tudo que assisti, imagina esta menina.
- Esta menina é minha filha! E SUA filha a estava agarrando!
Marcos olha de lado para a filha que ainda estava nos braços da mãe, cabisbaixa, entregue a uma dor que era clara, na expressão e nas lágrimas de seu rosto. Balança a cabeça desgostoso.
- Agora sabe como me sinto, ao saber hoje, que VOCE e minha filha se agarravam a anos atrás dentro de minha casa. E pensar que acreditei, todos estes anos, que você se afastou de nós, por conta de nossa filha, sua melhor amiga, ser lésbica. - Balança a cabeça desconsolado. - Você é o que exatamente Joyce? Me diga. O que dirá àquela jovem lá fora, que acaba de descobrir, pela boca da própria mãe, coisas que nem imaginava serem possíveis acontecer?
- Você... não tem o direito de me dizer isso Marcos. - Joyce soluça.
Marcos a olha severo.
- Sempre a recebi em meu lar, com carinho e afeto. E à sua filha também. Apoiamos suas escolhas, buscamos não interferir em seus conflitos com Lisa, mas você entrar em minha casa, desmerecer os que amo, não... isso não aceitarei. Se quer mesmo levar Mari daqui, não será assim, descontrolada e sem nenhuma condição de pegar uma estrada. Vou ligar para Carlos.
- NAO!!
Paula e Lisa arregalam os olhos. Joyce segura o braço de Marcos, já com o fone na mão.
- Não, Marcos! Não... não chame Carlos.
- E o que pensa fazer Jô?
Joyce abaixa a cabeça, os longos cabelos encobrindo o rosto desesperado. Marcos suspira e a toma nos braços.
- Joyce, nenhuma de vocês está em condição de tomar atitudes. Filha, eu estarei aqui. Vou cuidar de Mariana. Não é o momento de impor condições.
- Mas... mas... - Joyce começa a chorar. - Não quero ela... com ...Lisa. - E apoia a cabeça no ombro de Marcos. Este olha por cima de sua cabeça, para a filha.
- Confie em mim Jô. Nada irá acontecer. Filha, - Ergue a cabeça da morena – Deixe seu carro aqui. Pegue uma carona com Junior e Alice. Amanha darei um jeito de levá-lo ate você. E Mariana irá comigo. Ok?
- Eu...
- Você tem seus filhos, seu marido. Precisa pôr a cabeça no lugar, para lidar com esta situação com maturidade. Entendeu?
Joyce respira fundo, tentando se controlar. Sabe que Marcos tem razão. Relanceia o olhar para Lisa que continuava abraçada a mãe. Seu olhar encontra o de Paula. Esta lhe faz um gesto afirmativo, sem expressar nenhuma raiva ou revolta no rosto. Mas Lisa mantinha a cabeça baixa, ignorando totalmente sua presença. Repara os braços da loira e prende a respiração. Alguns arranhões sangravam. Vira a cabeça se sentindo sufocar de raiva , magoa, dor.
- Eu vou... eu vou, mas...
- Sem mas, Joyce. Agora vá lavar o rosto e se aprontar. Acredito que devem ir.
Alice se aproxima de Joyce.
- Vamos Jô, eu te ajudo.
Olha a cunhada num pedido mudo de desculpas. Joyce a acompanha, mas antes para frente a Lisa.
- Isso não fica assim, Lisa. Eu nunca deixarei você ter Mariana. Nunca!

Após a saída das duas da sala, Junior respira aliviado.
- Vou lá arrumar as coisas para voltar a BH. - Caminha até perto de Lisa. - Mana, eu... você gosta de Mari? Eu não consigo entender tudo isso.
Lisa ergue o olhar para o irmão.
- Junior... eu... ela... ela me ...eu não sei.. eu...
Volta a chorar, sem saber por em palavras o sentimento que sentia. Paula interfere.
- Junior, filho, depois conversamos melhor sobre isso. Vá para casa. Mais tarde te ligo.
- Ok... - Lança novo olhar para a irmã e se retira. Não sabia o que pensar. Desta vez estava do lado de Joyce. Lisa extrapolara. Mari era uma criança. Balança a cabeça perplexo. Não esperava isso da irmã.

Lisa devagar se ergue. Olha a mãe tentando não ver seu olhar reprovador.
- Vou ...tomar banho.
- Lisa!
A loira para, ante o chamado do pai.
- Não a quero perto de Mariana.
A filha o olha triste. Balança a cabeça num gesto afirmativo e, totalmente derrotada, sai da sala.
As lágrimas caem dos olhos de Paula. A dor da filha ia direto a seu coração. Marcos a abraça e suspira.
- Querida, sei o que esta sentindo. Temos que ser fortes. Lisa é capaz de lidar com tudo, mas Mari...
- Marcos... Lisa não é volúvel. Se ela... se ela... estava com Mari é porque... algo maior acontece.
Marcos tenta relaxar o corpo tenso.
- Paula... Lisa não foi prudente. E acho que as consequências serão maiores do que ela mesmo pensa. Mari não é mais criança, mas endeusava muito Lisa. Não sei como lidará com isso. Não sei mesmo.

Lisa caminha devagar pelo corredor, em direção ao banheiro. Toca os braços, que começavam a arder e se surpreende ao ser como estavam arranhados. Joyce enlouquecera. Ou enlouquecera ela? Como pôde ter sido tao imprudente, sem cautela? Ver Mariana, tao entregue em seus braços a cegara. Tudo o mais perdera sentido. Só Mari lhe importava. Coloca a mão sobre a boca e novas lágrimas vem a seus olhos. Queria correr para a jovem morena, abraça-la explicar tudo. Mas sabia que não podia, não devia. Tremia só de lembrar o rancor nos olhos verdes, a mágoa, a decepção. Sua Mari não a queria mais.

Junior e Alice observam Joyce caminhar em direção a casa. A morena não falara nada pelo caminho até sua casa e se despedira num gesto triste e com palavras de agradecimento pela carona.
- Lisa é louca! - Junior exclama, no caminho para seu apartamento. - Aos agarras com Mariana! Uma criança!
- Junior - Alice se vira, tentando achar uma melhor posição no banco de passageiro – Mariana não é mais criança. Tem dezoito anos, querido.
- Mas a vimos crescer. Meu Deus, Ali! Lisa a carregou no colo! E dezoito anos! Dezoito anos, você não tem nada na cabeça! Mais louca ainda Lisa é, de se envolver com uma adolescente!
- Junior... você está sendo intolerante. Minha mãe tinha dezoito anos quando me teve! A mulher amadurece mais rápido que o homem. E tambem, não podemos colocar todas num mesmo patamar de maturidade. Conheço mulheres de trinta que são mais imaturas que adolescentes de quinze. E Mari... Junior, Mari sempre foi tao responsável que achei que tivesse algum trauma em casa, algo assim. Para ser tao fechada, tao na dela... - Balança a cabeça inconformada. - Joyce errou feio.
- Joyce? - Junior a olha surpreso. - Por que Joyce?
- Junior, pelo que entendi em toda esta confusão e pelo que já me contou antes, Joyce e Lisa foram namoradas certo.
- Hum... e daí!
- Daí, que isto para ela, é um segredo sórdido de seu passado Junior! E ela gritou em alto e bom som para todos ouvirem esse segredinho, entendeu!
Junior arregala os olhos, atento ao transito mas sem perder as palavras da esposa.
- Nossa senhora! Verdade! Mari escutou tudo!
- Pois é. Agora imagina a cabeça dessa menina! Dezoito anos, apaixonada por Lisa, descobre que esta e a mãe eram amantes.
- Puta que pariu. Ela vai pirar.
- Vai mesmo. Eu piraria. E mais, odiaria minha mãe. Imagina! Toda aquela pose e de repente vem a tona um passado desses. Não! Pior! - Se vira para o marido mais agitada - Mari disse que pegou a mãe com uma mulher num bar lembra! E Joyce não negou! A merda fede mais que pensamos Junior.
Junior só coloca a mão no rosto abobado.
- Lisa tá na merda. Vou ligar pra ela e dizer pra cair fora disso tudo.
Alice balança a cabeça conformada.
- Junior... nem tente. O descontrole de Lisa foi gritante. Eu nunca vi sua irmã daquele jeito. Sabe, sinto pena dela. Se está mesmo envolvida com Mari, não terá paz.
- Acha que Joyce vai interferir?
- Vai Ju... vai. Nossa... - Apoia a cabeça no encosto do banco - Que fim de dia horripilante. Só quero agora um bom banho. Te amo amor. - E toca com carinho o rosto do marido.

Joyce entra na casa silenciosa. Caminha trôpega pelos cômodos, a procura de Carlos. Nada. Ele saíra. Se deixa cair no sofá. Soluçando, se entrega a dor que ganhava volume em seu peito. Lisa... e Mariana? Sua filha?
- Não... - Diz baixinho balançando a cabeça arrasada. - Não...
Começa a balançar o corpo para frente e para trás com angustia. Que Deus injusto é esse?  Como ele deixa sua filha se envolver com Lisa? Com a mulher que ama?
- Não! Eu não a amo! - Enxuga as lágrimas com raiva – Eu a odeio! Eu te odeio Lisa!
Lembra que, as mesmas palavras foram dirigidas a ela, pela própria filha, e começa a soluçar em franco desespero.
- Mariana... minha filha... não...
Caminha em direção ao quarto, angustiada com o silencio opressivo do ambiente. Vê o bilhete sobre a cama.

Joyce, os pais de Mateus ligaram, perguntando se os meninos poderiam passar a noite no sitio. Não vi mal, por isso permiti. Resolvi dar uma volta para espairecer a cabeça. Até mais tarde.
Carlos

Lembra Marcos dizendo que ia chamar seu marido. Geme e passa a mão sobre o rosto, inchado de tanto chorar. Todos ouviram... todos sabiam dela agora. Meu Deus... Estava cansada. Cansada do casamento falido, dos filhos, da sua própria vida. Arranca a roupa, sem nenhum cuidado, e vai para debaixo da ducha. Mariana podia fugir o quanto quisesse. Mas elas iriam conversar. Tinham muito que conversar. Começa a tremer sob a água quente. Elas iam se entender. Tinham que se entender. Era sua filha, elas se amavam. Se amavam.
Chora... desta vez as coisas foram longe demais.

O que saberás de mim é a sombra da flecha que se fincou no alvo.”

12 comentários:

  1. babaaadoooo =O
    não tem como não contar os dias até o próx capítulooo =p
    deve estar cansada de receber parabéns rsrs

    beeijooo

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  2. Quem dera Rafa rs. As vezes sao tao poucos comentarios que acho que nao estou agradando :(
    Claro que sem desmerecer quem sempre comenta. A estes devo a continuação.
    ;)
    Bjs

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  3. Tá agradando e muito Mistery.Eu estou lendo a história desde o começo...tô mega fissurada!
    Eu que sou espírita, reconheço aqui um amor além da vida, amor de alma...e também suas dores, escolhidas por elas próprias antes da encarnação...
    Eu ainda digo que tu deverias publicar sim, esse romance!

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  4. Olá Mistery ...

    Nossa Adoro o seu Conto ... Acompanho Desde quando desde que vc postava esse conto (xana inbox)... RsRs ...
    A historia é envolvente ... A cada postagem sua já fico ansiosa e imaginado quando será a proxima ...

    Parabéns pelo belo trabalho ... Seu conto é maravilhoso ...

    Beijos ... Xuxa ..

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  5. Amoooo esse conto.

    A Rafa (a primeira que comentou) minha noiva que me mostrou, já estou entrando em depressão em pensar que logo mais irá acabar snif rs.

    mas ai vc faz outro né? rskkkkkk

    beijossss para vc e a bruna!

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  6. Rafa e Rebeka! Que legal! Td de bom a vcs. Sempre bom ler palavras de incentivo. Beka, ate tenho ideias de conto, ate alguns caps prontos, mas nem sei se vou publica-los.

    Escaminha...nao imagino esse conto publicado mesmo rsrsrs. Mas obrigada pelo merecimento ;)

    Xuxa!! Vc é paciente menina! Desde o xana inbox!! Tenho q tomar vergonha na cara mesmo e terminar logo rs.
    Bjao!

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  7. Leio esse blog desde que começou e nunca postei um comentário, não sou muito disso.
    mas um dia vc tinha que saber que tinha mais uma grande fã.
    Acredito que seja meu conto preferido, te admiro muito pela maneira que escreve.
    Parabéns!
    Muito Sucesso!

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  8. Olá Mistery ...

    Não sou muito paciente não ... Mas pelo seu conto ... Tenho Muita paciencia ... Sei que parou de posta por motivos seus ... Mas como seu conto é algo Maravilhoso ... Esperei ... E para a minha alegria ... Tó podendo acompanha cada capitulo magico dessa historia involvente ...
    RsRs ... Não precisa toma vergonha na cara não ... Só por vc continua o conto já te insento de qualquer culpa pela demora ... Tá ...

    Ansiosa pelo proximo capitulo ... Amo o seu conto ... Mas uma vez Parabéns ...

    Beijos ... Xuxa ...

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  9. Eu comento as vezes, sempre pra dizer q estou adorando e implorar por capitulos novos.. Mas, dessa vez meu comentario eh so pra alimentar um ego q esta precisando de uma massagem. É so um bater de ponto para mostrar qtas pessoas tem por aqui q te seguem e esperam anciosas por um desfecho da historia q sim, eh maravilhosa.. bjs e ate o proximo capitulo.

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  10. Olá Mistery,

    Acompanho seu conto desde o início, e passo por aqui todos os dias, mas é a primeira vez que comento num blog. Seu conto é lindo e muito envolvente, me pego torcendo pela Lisa, pela Mari e também por Joyce, fico na esperança dela ter a coragem de viver uma vida plena e encontrar um pouco de paz e equilíbrio. Enfim, suas personagens têm vida!

    Estou na espectativa do desfecho da história, mas já sei que sentirei falta desses momentos e que guardarei comigo cada personagem com muito carinho.

    Parabéns pelo talento em escrever e obrigada pelos agradáveis momento de leitura!

    Espero poder ler outros romances seus, seja aqui no blog ou quem sabe publicados.

    Um abraço,
    Dani

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  11. NUSSA! Joyce ficou tão enciumada que acabou se revelando. bjim procê mistery

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  12. Uau gente! Obrigada.
    Malu e Line um bjao a vcs. Joyce é mt impulsiva, mas desta vez mesmo ela percebeu que foi longe demais

    Dani G. Serio que é a primeira vez que comenta num blog? Q orgulho gente! Suas palavras sao lindas! Eu tb me envolvo com as personagens. Tanto que só qdo escrevo o cap., sei o que vai ocorrer. Td surge na minha mente rs. Sei exatamente qual fim quero dar, mas desconheço os caminhos pelo qual vou chegar a ele. Bjs e obrigada

    Jess adorei a frase 'ego q esta precisando de uma massagem'. Pior que é verdade rs. As vezes bate maior insegurança, td que escrevo me desagrada. Nessa hora só mt coragem para postar kkkk. Obrigada por perceber este momento e comentar ;)
    Bjaoo

    Carla... que bom que comentou!!! Saber que meu conto está entre seus favoritos me deixou super bem. Se leu o que escrevi acima sabera como suas palavras me são importantes. Busco fazer um conto mais suave sem mt apelação, mas claro, sem faltar todos os ingredientes de um bom romance.
    Bjaoo

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