Páginas

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Capítulo X

‘Dia tenso’ Luiza suspira cansada e acaba de passar o café. Enche a xícara e prova em pequenos goles a bebida quente. ‘ Delicioso’. Caminha na direção da sala onde se joga desajeitada sobre o sofá. Sem lugar se levanta e caminha em direção ao quarto. Olha a cama e recorda os momentos maravilhosos vividos com Lisa. ‘ Por que sempre desejo o mais complicado?’ O telefone toca a tirando do passado recente.
- Luiza?
- Li... Lisa?
- Tudo bem?
Luiza sentia como se a garganta tivesse travada. Puxa o ar repetidas vezes e quando fala sente a voz rouca.
- Tudo... aconteceu algo? Eu...
- Lu sei que esta surpresa com meu telefonema. Eu... bom... Lu eu posso subir?
- Subir? Luiza sente o coração disparar. – Subir onde?? Eu... Subir?
- Eu to em frente a seu prédio Lu... Posso subir? Luiza estremece. ‘ Ela esta aqui?’
- Clã... claro... eu... sobe sim... agora?
- Sim.
- Suba agora. Vou avisar o porteiro.
Mal termina de falar como porteiro Luiza começa a esconder a bagunça à vista. ‘Merda, porque sou tão desorganizada’ A batida na porta a assusta. Corre e a abre de supetão sorrindo abobada ao ver a loira a sua frente.
- Que... surpresa Lisa
- Espero não estar incomodando.
- Não, claro que não. Acompanha o olhar de Lisa para sua mão e avermelha ao ver que ainda segura uma calcinha estilo cueca que estava jogada no chão do banheiro
- Er... é... bom...é confortável. Diz erguendo sem graça a mão com a peça intima. Lisa dá um meio sorriso.
- Na mão? Novo uso?
- Não... eu ... arre entra.
Caminha sem graça em direção a área de serviço e joga a calcinha no cesto de roupa suja. Ergue os ombros, respira como que a criar coragem se vira e...
- Lisa!! Que susto! Me seguiu...
Não termina a frase, pois é agarrada quase com desespero. Lisa busca sua boca com verocidade e a beija sequiosa. Luiza nem se pergunta o porquê daquilo. Retribui o beijo trazendo Lisa para mais perto de si. As duas parecem se digladiar na área de serviço. Lisa quase cegamente agarra a camiseta que Luiza usa e a puxa. O som de algo rasgando soa no silencio, mas ambas ignoram. Voltam a se beijar e Luiza termina de rasgar a peça agora inútil. Sente os seios serem agarrados e geme entre os lábios de Lisa. A loira abaixa a cabeça e se delicia com a visão dos seios fartos
- Você é minha? Você é minha?
A morena escuta as palavras abafadas por seus seios que Li chupava e beijava enlouquecida. Segura os belos cabelos loiros e ergue o belo rosto de sua amada.
- Sim Lisa. Sou sua... Mal termina de ouvir a frase Lisa se afasta como que em choque. Esfrega a testa com os dedos e geme.
- Eu... nossa... desculpe... eu...
Como dizer que endoidara ao ver a calcinha na mão da outra? Como dizer que vela só de camiseta e calcinha atender a porta lhe tirara as defesas? Evitando olhar em direção a morena Lisa olha para a área externa do prédio.
- Nossa poderiam ter visto a gente. Desculpe mesmo.
- Lisa me poupe. E eu me preocupo com vizinhos? Alem que não tem ninguém. Lisa olhe pra mim. Lisa?
Ainda olhando para fora Lisa evita olhar em sua direção. O coração batia descompassado e tentava sem muito sucesso restabelecer o bom senso.
- Lisa?
O chamado em um tom de voz diferente chama a atenção de Lisa que cautelosamente olha para o lado buscando a morena. O coração antes disparado explode em chamas ante a visão a sua frente. Esplendorosa em sua nudez Luiza a olhava por sobre o ombro apoiada sobre a máquina de lavar. A visão das nadegas nuas e tão sedutoramente oferecidas lhe mina qualquer chance de resistência. Um gemido rouco sai de sua garganta e sem mais pensar se volta para a morena agarrando seus quadris com volúpia.
- Você é minha morena! Minha!
Puxa os cabelos castanhos e a obriga a se por de quatro sobre o chão. Se sentindo poderosa toda vestida com a outra nua em seus braços Lisa sorri deliciada. Hoje Luiza satisfaria todas as suas taras. Seria sua fuga, sua satisfação, suas respostas. Luiza geme ao toque ansioso de Lisa. Entregue se deixa usar submissa às vontades da outra. Geme de prazer ante as estocadas firmes e aceleradas de Lisa dentro de si e rebola para delírio dos olhos da loira. Quem agora assumia o momento? Luiza com toda a experiência busca insaciável o prazer com o toque de Lisa em si e dentro de si. Seus gemidos e movimentos ritmados impõem a Lisa um comando indireto em busca do próprio prazer. Lisa sente um frêmito dentro de si ao acompanhar todo aquele show de sensualidade animal. Sem perceber começa a gemer junto com a morena e surpreendida vê seu corpo estremecer em um orgasmo delicioso ao ver a outra gritar chegar ao ápice do prazer. Exausta deixa-se cair ao lado de Luiza no chão frio.
- Lisa? A voz parecia vir de longe – Lisa levanta, o chão está frio e estamos aqui há muito tempo aqui. Lisa abre os olhos lentamente e olha o teto branco da área de serviço. Olha para o lado e percebe Luiza já de joelhos, linda em sua nudez, lhe estendendo as mãos. Aceita a ajuda e juntas se erguem colocando-se de pé uma frente à outra. Sem mais palavras Luiza a leva para o banheiro e frente ao Box começa a lhe tirar as roupas. A água quente aquece não só o corpo como o espírito de Lisa. Sentindo-se leve e segura nos braços de Luiza se deixa ensaboar. O toque de Luiza nunca seria delicado e macio. Mas transmitia segurança e uma certeza de continuidade que há muito tempo não sentia. Já enrolada na toalha Lisa se deixa levar para a cama onde juntas deitam e se abraçam. A paixão não tinha lugar naquele momento. O sentimento era de plenitude. Um sentimento que Lisa jamais esperou encontrar nos braços daquela mulher arrogante e intrometida. E dormiu... profundamente. Pela primeira vez em muitos e muitos dias.

Luiza observa o rosto amado adormecido. Como a amava! Lisa talvez ainda não entendesse, mas ambas eram a força uma da outra. Este momento pertencia a elas, era destinado a elas. Estreitando mais o abraço suspira enternecida. Tinha o seu sonho nos braços. As horas passam e Luiza percebe quando sua amada acorda suavemente. Afrouxa o abraço e Lisa se movimenta alongando o corpo.
- Lu?
- Oi linda
Lisa ri divertida.
- Linda? De onde tirou isso?
- Você fica linda quando dorme.
- Ah tá. Sei... Lisa a olha séria. – Lu... precisamos conversar. Sabe disso né.
Luiza se senta na cama.
- Lisa... eu sei. Sei também que não veio aqui atrás de... de...
- Sexo? Não Lu não vim... eu... quando vi você na porta tudo mais me sumiu da cabeça. Eu... precisava de ...
- De satisfação? De me dar uma lição? Mostrar que mesmo alguém como eu, arrogante e metida como você mesmo diz, pode ser usada e gostar disso?
Lisa sente o olhar angustiado de Luiza em si e percebe que pela primeira vez há muito tempo não quer embora sem olhar para trás e esquecer a mulher sobre a cama.
- NÃO LU... não... não foi minha intenção. Eu... precisava de alguém que me entendesse... mesmo quando eu não soubesse usar as palavras. Seus olhos buscam a compreensão da outra. O silencio impera entre as duas.
- Lu... se eu disser que não gostei do que aconteceu... eu estarei mentindo. Lisa se vira para a morena – Eu amei você entregue em meus braços. Há muito tempo não sinto... eu... há muito tempo não me entrego a alguém como o fiz hoje.
- Quem se entregou fui eu Lisa.
Luiza tenta não deixar a esperança tomar conta de seu coração.
- Não Lu. Eu me entreguei. Vim aqui disposta a tirar satisfação de tudo que você fez desde que nos conhecemos, a forma como agiu com Deise a afastando de meu caminho. Luiza tenta falar, mas Lisa ergue o braço e com um gesto a silencia. - Não negue Lu... eu sei. Achei-a tão arrogante, tão... sem limites. Você imperava sobre o meu destino com sua certeza e se impunha a minha pessoa com essa postura irritante achando que eu devia simplesmente abaixar a cabeça.
- E você abaixou Lisa.
- Não me venha com sua arrogância Luiza. Você arrisca cada passo de sua vida com essa atitude e eu não gosto disso. Não gostei da forma que planejou a minha sedução aqui na festa, a forma como tirou Deise do caminho, a forma como busca me dominar. Sou uma pessoa com opiniões e vontades.
- E então veio aqui e quando me percebeu entregue, mostrou como sabe usar uma mulher. É isso?
- Já disse que não Luiza! Que inferno! Não sou como você! Você que usa métodos assim para alcançar seus objetivos.
- Meus métodos podem não ser de seu agrado, mas jamais os usaria para magoar alguém. Deise não era para você Luiza. Mesmo gostando dela você a estaria usando e sabe disso.
- Mas você não acaba de dizer que te usei?
- Me usou porque sabia ou acreditava que eu saberia lidar bem com isso. Me usou porque comigo acreditava que poderia virar as costas e partir sem remorsos.
- Já disse que não a usei.
- Não me importo Lisa. Não importo que me use. Sabe por quê? Porque comigo você sabe que estará segura.
Lisa não responde. Abaixa a cabeça sem saber exatamente como agir ou o que falar.
- Mas sabe? Não está tão segura quanto pensa. E eu particularmente cansei de tentar entende-la. Tenho coisas melhores para fazer a esta hora. Olha com um olhar sedutor para Lisa e puxa o lençol até expor totalmente a nudez amada. – Minha vez de mostrar aqui quem manda.
Já era quase manhã quando Lisa acorda. Observa Luiza adormecida, fecha os olhos e os abre novamente lentamente. Luiza perdia toda a postura arrogante quando dormia. A expressão se tornava suave, tranqüila, sem aquele ar que tanto intimidava as pessoas. ‘Parece outra pessoa’ Levanta-se delicadamente da cama procurando não acordá-la e, na ponta dos pés, caminha em direção ao banheiro de onde já sai vestida e arrumada. Sai do apartamento sem despertar a morena e já a caminho de casa suspira angustiada. ‘Nada ocorre como quero quando o assunto envolve Luiza. Não acredito no que fiz droga, no que aconteceu. Não fui eu que entrei naquele apartamento, não pode!’ Estremece ao lembrar todos os momentos da noite ao lado dela. A sensualidade morena, a confiança em cada toque cada beijo. Com Luiza ela se tornava mais impulsiva, conseguia se libertar da postura imposta de não sentir e viver apenas o momento. Com ela tudo se tornava mais vivo mais intenso, a ponto de não conseguir deixar de pensar, desejar, querer tudo de novo. Essa era a verdade. Luiza a impulsionava a viver. E é esta mulher que irá acordar sozinha, se sentindo usada na sua entrega. ‘ Só faço merda’  

"É preciso viver, não apenas existir".
(Plutarco)

4 comentários:

  1. aleluia...rsrs
    tava triste ja...='/
    mais ta otimo...
    demorou mais valeu a pena...
    e o niver da mari?quando sai?
    nao vajo a hora do encontro entre a Lisa e a Jo...hehe
    valeu por animar minha noite...
    bjs...

    ResponderExcluir
  2. Lindo o texto.

    Não demora a redigir o capítulo da festa da Mariana.

    ResponderExcluir
  3. Ela não vai ficar com a Mari ? T.T

    quando sai o niver da Mari ?
    quero saber é do encontro dela e da Mari, a Joyce perdeu a vez ..

    bgs :*

    ResponderExcluir